SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga o acidente envolvendo o Porsche dirigido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, e pediu, pela terceira vez, a prisão preventiva dele. O jovem foi indiciado pela colisão que causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo Viana, 52.
Em nota, a Secretaria de Segurança Publica informa que o inquérito foi concluído pelo 30° DP (Tatuapé) e encaminhado para a Justiça, que deve acatar ou não o pedido de prisão. A polícia já havia solicitado a prisão do empresário outras duas vezes, mas os pedidos foram negados.
Procurada na manhã desta quinta (25), a defesa de Fernando Sastre Filho não havia se posicionado até a publicação deste texto.
A prisão foi solicitada após a Polícia Militar ter entregue as imagens das câmeras corporais do policiais militares que atenderam a ocorrência para a investigação.
As imagens, divulgadas pela Globo News na manhã desta quinta (25), mostram o empresário, ao lado da mãe e do tio, falando que não se recordava do que havia acontecido no acidente ao ser questinado pelos policiais militares.
Nesta terça-feira (23), foi divulgado o laudo da perícia que demonstra que o motorista do Porsche estava a 156 km/h momentos antes da colisão. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), também afirmou que, após sindicância, concluiu que houve falha de procedimento dos policiais que atenderam a ocorrência pelo fato do motorista não ter sido submetido ao bafômetro.
Nesta quinta, a polícia realiza a perícia do acidente na Salim Sarah Maluf, no Tatuapé. No local, polícia utiliza drone e scanner 3D para reproduzir a batida de carro.
RELEMBRE O CASO
A batida aconteceu na madrugada do último dia 31 em uma via da zona leste de São Paulo. O Porsche de Fernando Sastre de Andrade Filho bateu no carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52.
Sastre perdeu o controle do Porsche e colidiu na traseira de um Renault Sandero, de acordo com policiais militares que atenderam a ocorrência. Atingido, Viana foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.
O empresário foi indiciado por suspeita de homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente. O dono do Porsche se apresentou na delegacia na tarde de segunda, mais de 30 horas após a colisão.
O Ministério Público afirma que Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe do empresário que causou o acidente, tentou atrapalhar as investigações.
De acordo com a Polícia Civil, o condutor do Porsche foi levado do local do acidente no carro da mãe sob a alegação de que seria atendido no hospital São Luiz. Com isso, os policiais militares que atenderam a ocorrência não aplicaram o teste do bafômetro.
A conduta da mãe do dono do Porsche também foi levada em consideração para o pedido de prisão, segundo o delegado que cuida do caso.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou a PM que está apurando se houve erro por parte dos policiais militares ao permitir que ele fosse socorrido pela mãe. A Polícia Civil entrou na Justiça para que os agentes entregassem as imagens das câmeras corporais que usavam no momento da ocorrência.
Testemunhas do caso foram ouvidas, como a namorada de Sastre e o amigo que estava com ele no carro e a namorada do amigo que estava com ele na noite que antecedeu o acidente. Enquanto a namorada do empresário nega que ele tenha bebido, os amigos afirmam que todos beberam horas antes do acidente.
A reportagem teve acesso ao inquérito com informações sobre onde o grupo do empresário estive antes do acidente eles foram jantar e depois seguiram para uma casa de pôquer.
Em um dos estabelecimentos, eles consumiram oito drinques chamado Jack Pork feito com uísque, licor, angostura e xarope de limão siciliano, além de uma capirinha de vodca.
Também foram consumidos água, um torresmo, um bolinho de costela, um hambúrguer e outros dois salgados. O total gasto foi de R$ 620. No inquérito é dito que ainda não é possível confirmar se há imagens de Sastre ingerindo bebida alcoólica, mas que existe essa possibilidade.
ISABELLA MENON / Folhapress