SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP (FOLHAPRESS) – O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Weller Gonçalves, compareceu ao evento na Embraer com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (26) para entregar uma carta em apoio aos trabalhadores da companhia.
Segundo Gonçalves, é uma contradição Lula, que foi do sindicato dos metalúrgicos do ABC Paulista, tecer elogios a uma empresa que está desde 1997 sem assinar a convenção coletiva com o sindicato.
“Ou seja, quem está fazendo avião na empresa não tem mais a garantia dos seus direitos. E aí é uma contradição estar aqui o presidente da República dentro da Embraer e os trabalhadores nessa situação”, disse à Folha de S.Paulo.
Gonçalves também reclamou da situação da Avibras, indústria brasileira de Defesa. Segundo o sindicalista, os trabalhadores da empresa estão um ano com o salário em atraso.
“É uma empresa do setor de defesa que fabrica foguete, que fabrica míssil, ou seja, produtos que têm que ser comprados pelo governo federal e a gente solicita uma reunião para discutir esse tema também”, reivindicou.
Lula compareceu nesta sexta em evento na Embraer em que a Azul anunciou mais de R$ 3 bilhões de investimento em 13 novos aviões produzidos pela fabricante brasileira de aeronaves, que serão entregues ao longo do ano.
Durante a cerimônia, o presidente batizou a primeira dessas aeronaves a ser entregue com champagne, e em seu discurso fez vários elogios às iniciativas de ambas as companhias.
Mais cedo, durante visita ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, do Comando da Aeronáutica, em São José dos Campos (SP), Lula disse que o Brasil tem que ter uma indústria de defesa forte, não para fazer guerra, mas evitá-la, construindo um ambiente de paz.
O sindicalista Weller Gonçalves mostrou novamente contradição no discurso, já que os trabalhadores, inclusive engenheiros, de uma das maiores indústrias do país de defesa estão há um ano sem salário.
“Queremos uma reunião com o governo federal para discutir os dois temas: da Embraer e da Avibras”, concluiu.
STÉFANIE RIGAMONTI / Folhapress