SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ator, dublador, comediante e radialista José Santa Cruz, também conhecido como Santinha, morreu nesta sexta-feira (26), aos 95 anos, no Rio de Janeiro. Ele tinha a doença de Parkinson e estava internado com broncopneumonia.
Nascido em Picuí, na Paraíba, ele teve uma longa trajetória profissional no Rio de Janeiro. Ficou conhecido na TV pelos personagens interpretados nos programas de humor Balança Mas Não Cai, A Praça é Nossa e Zorra Total. Também atuou em novelas como “O Bem Amado” e “Espelho da Vida”. Jojoca foi um dos seus personagens mais famosos.
Na dublagem, foi a voz, entre outros, de Dino da Silva Sauro, da Família Dinossauro, de Magneto nos filmes e desenhos X-Men, de J.Jonah Jameson nos filmes do Homem Aranha e de Danny DeVito em grande parte dos filmes do ator americano.
Também fez cinema ao lado do ator Lúcio Mauro (1927-2019). Os dois protagonizaram “007 e Meio no Carnaval” (1966), que tinha Chacrinha no elenco.
“Nas artes eu só não pintei”, disse em entrevista ao canal Jacaré Banguela, no Youtube, ao lembrar as sete décadas de profissão. “Quem está aqui tem que trabalhar, viver enquanto está aqui”, afirmou.
Ao lado de Lúcio Mauro, formava a dupla Jojoca e Zé das Mulheres. Cinquenta anos depois, fez dupla com o filho do amigo, Lúcio Mauro Filho, no Zorra Total, como os limpadores de vidro.
“Influenciou no humor, na dublagem e acima de tudo na doçura com a qual tratava a todos, um exemplo de profissional”, disse Lúcio Mauro Filho em homenagem ao comediante.
Santa Cruz começou a carreira como locutor, na Paraíba, e chegou a apresentar um comício do presidente Getúlio Vargas. Costumava dizer que não tinha vontade de se aposentar e queria atuar até o fim da vida.
Um dos bisnetos do artista, Ivan Franco, 14, também é dublador e afirmou que Santa Cruz é a sua inspiração e foi um grande sábio que marcou muitas pessoas. “Espero que descanse em paz”, disse.
O ator deixa a esposa, Ivane Maria Mendes Bastos, netos e bisnetos. O velório será neste sábado (27), a partir das 13h, no Cemitério da Penitência, no Rio.
CRISTINA CAMARGO / Folhapress