Para você que me lê agora, saiba que este não é o primeiro texto sobre o pós-jogo de Guarani x Chapecoense no Brinco de Ouro. Eu escrevi e reescrevi várias vezes ao longo de dois dias até chegar ao resultado final. E por que conto isso? Para que saibam o quão difícil foi encontrar palavras que expressassem meu sentimento neste momento.
Todas as vezes que eu começava a escrever, lembrava de uma frase que recentemente escutei do meu grande amigo Lucas Araújo, vulgo Pezão: “O futebol do Guarani precisa de uma intervenção”. Essa frase foi dita após os jornalistas campineiros anunciarem o desligamento de Matheus Ludke do Guarani. Ao entrar em grupos do WhatsApp, percebo que o sentimento de boa parte da torcida bugrina é o mesmo que o meu e o de Pezão.
Me recordo que, durante o Campeonato Paulista, fiz duras críticas ao Conselho de Administração (CA) e ao CEO do Guarani. Após o jogo contra a Portuguesa, quando o Bugre anunciou a saída do então superintendente de futebol e do CEO, ainda no caminho de volta para Campinas, comentei com uma pessoa próxima que a medida tratava-se de algo superficial, para colocar ‘panos quentes’ na torcida. Mesmo com o comunicado oficial do clube, não acreditava em um afastamento real do ex-presidente bugrino.
Em entrevista recente às rádios de Campinas, o atual presidente do Guarani descreveu um relacionamento de confiança entre ele e o CEO. Disse também que o mesmo continuava participando da montagem do elenco.
O mandatário bugrino aposta todas as fichas em uma pessoa próxima a ele e que tem em seu currículo a própria gestão do clube, com as mesmas falhas que a atual.
André Marconatto, em alguns momentos, até tenta se impor, como no pronunciamento após a derrota para a Chapecoense, mas acaba tropeçando nas próprias palavras e expõe uma tremenda fragilidade em suas ações.
Com uma montagem de elenco ruim, uma intertemporada de 40 dias e a troca de treinador com apenas duas rodadas, suas decisões são colocadas cada vez mais em xeque.
A atual gestão bugrina se orgulha em ter conseguido melhorias estruturais e financeiras, como a recuperação judicial e a manutenção dos salários em dia. No entanto, se esquecem que o Guarani é FUTEBOL Clube. Ou seja, o esporte praticado dentro das quatro linhas é o carro-chefe da entidade.
O torcedor bugrino, atualmente, se vê rendido e sem força, em uma briga com pessoas que não conhecem de futebol e acreditam ter influência no meio. Coisa que não tem, vide a quantidade de erros de arbitragens contra o Bugre.
Machucado e com cada vez menos esperança, o torcedor tem sua voz abafada em meio a decisões unilaterais da gestão do clube, digo: torcedor, uni-vos!
Assim como foi nas gestões de José Luiz Lourencetti, Leonel Martins de Oliveira, Marcelo Mingone, Álvaro Negrão e Palmeron Mendes Filho, o clube pertence a vocês e graças a vocês ele ainda existe.
Torcidas organizadas, páginas de redes sociais e torcedores comuns se unam em protesto, de forma pacífica e correta, antes que seja tarde demais.
Se essa intervenção não acontecer, teremos que amargar o retorno para a Série C.
As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do THMais Campinas