SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira oscilava e o dólar registrava leve queda ante o real e outras moedas, com os mercados à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (banco central americano), prevista para quarta-feira (1°).
“Todas as atenções estarão voltadas para a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), onde espera-se que os custos de empréstimos se mantenham estáveis. Os investidores monitorarão de perto os comentários do presidente [do Fed, Jerome] Powell em busca de indícios sobre o cronograma e a frequência dos cortes de taxas de juros previstos para este ano, especialmente diante das persistentes pressões inflacionárias”, diz a equipe da Guide Investimentos.
Um relatório de emprego americano com divulgação marcada para sexta (3) também é aguardado pelo mercado.
Às 10h25, o Ibovespa tinha oscilação positiva de 0,06%, praticamente estável aos 126.608 pontos, enquanto o dólar recuava 0,13%, cotado a R$ 5,108.
O iene japonês disparou subitamente em relação ao dólar nesta segunda-feira, com os operadores citando uma forte intervenção de venda de dólares por parte dos bancos japoneses pela primeira vez em 18 meses, depois que o iene atingiu novas mínimas em 34 anos no início do dia.
O dólar caiu acentuadamente e de forma repentina para 155,01 ienes mais cedo, saindo de um pico de 160,245. Fontes bancárias disseram que os bancos japoneses teriam vendido dólares por ienes.
“Com essa intervenção e o consequente fortalecimento do iene, o índice do dólar se enfraqueceu no mercado internacional. Com isso, há uma tendência de enfraquecimento global do dólar, acompanhada também de leve redução das taxas de rendimentos dos treasuries [títulos do Tesouro americano], o que ajuda o apetite por ativos arriscados e ajuda a valorização das demais divisas diante da moeda americana”, disse Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.
Na sexta (26), o dólar registrou queda de 0,93% e fechou a sessão cotado a R$ 5,115, após a divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos, que vieram em linha com as expectativas do mercado. Já o Ibovespa registrou forte alta de 1,50%, terminando o dia aos 126.526 pontos.
Segundo o Departamento de Comércio, o índice PCE de preços, o mais acompanhado pelo Fed em suas decisões de juros, subiu 0,3% no mês passado. Os dados de fevereiro não foram revisados e mostram um aumento de 0,3% do PCE.
Nos 12 meses até março, a inflação aumentou 2,7%, depois de avançar 2,5% em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3% no mês e 2,6% na base anual.
No Brasil, a inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) perdeu força em abril e desacelerou a 0,21%, após marcar 0,36% em março, segundo dados divulgados nesta sexta pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O número veio abaixo da projeção do mercado, que esperava alta de 0,29%, segundo estimativas coletadas pela Bloomberg.
Os novos dados fecharam uma semana de recuperação do mercado brasileiro: com relação ao fim da semana anterior, a moeda americana apresentou desvalorização de 1,61% ante o real, enquanto o Ibovespa teve ganho de 1,12%.
Redação / Folhapress