SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Todos os distritos da cidade de São Paulo já estão com epidemia de dengue, segundo o último boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (29).
Até a última semana, só Moema e Jardim Paulistana, nas zonas sul e oeste de São Paulo, respectivamente, não tinham uma incidência acima de 300 casos por 100 mil habitantes, considerado como uma métrica pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para classificar a epidemia.
Apesar de epidêmicos, os distritos de Moema (304,1), Jardim Paulista (329,0), Saúde (366,2), Vila Mariana (373,8) e República (395,5) possuem as incidências mais baixas da cidade.
Na ponta dos mais altos, estão Jaguara (10.598,1), São Miguel (7.039,2), São Domingos (4.569,6), Itaquera (4.561,4) e Guaianases (4.156,7).
A incidência no município de São Paulo é 1.832,7, com 220.029 casos registrados só em 2024.
Em relação às mortes, foram confirmadas 105 -em uma semana, houve uma alta de 56,7%. Na capital, 236 óbitos permanecem em investigação.
A explosão de casos de dengue ocorre desde 2023 no Brasil. Em 2024, o país registrou 1.888 e 3,9 milhões de casos prováveis, mais do que o recorde histórico, registrado em 2015.
O aquecimento global, o El Niño e a baixa adesão de medidas eficazes no combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus, são alguns dos motivos apontados para a explosão de casos.
A cobertura vacinal da Qdenga, única vacina atualmente aprovada para uso no SUS (Sistema Único de Sáude), que previne contra hospitalizações e óbitos, está baixa. Em toda a cidade de São Paulo, as doses recebidas no início do mês, a única remessa enviada até agora pela pasta da Saúde, só contempla 0,95% do público-alvo da cidade. O imunizante é aplicado em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Na última semana, o Ministério da Saúde ampliou para mais 625 cidades a imunização com o envio de uma quarta remessa e o reabastecimento de cidades que fizeram remanejamento de doses próximas ao vencimento, no próximo dia 30. A capital de São Paulo não foi contemplada na nova distribuição.
Redação / Folhapress