Calor deve continuar em São Paulo nas próximas duas semanas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) divulgou nesta segunda-feira (29) um boletim com a previsão do tempo para o país até o dia 15 de maio. O levantamento mostra que a massa de ar quente e seco que está sobre a região central do país deve continuar, pelo menos, até o fim deste período.

Assim, a área que engloba todo o estado de Mato Grosso do Sul, a faixa sul de Mato Grosso e Goiás, oeste de São Paulo e norte do Paraná terão temperaturas que podem ficar 5ºC acima da média para o período.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, o mês de abril chega ao fim nesta terça-feira (30) com a temperatura média máxima de 28,3°C, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da prefeitura. No entanto, a média máxima histórica é de 26,2°C, ou seja, o mês foi 2,1°C mais quente que o esperado.

A média máxima para o mês de maio é de 23,4°C, segundo o CGE. Porém, a previsão do Inmet mostra que as temperaturas no início do mês devem atingir os 33°C na capital. Assim, o calor pode ficar quase 10°C mais quente que a média.

Segundo Cléber Souza, meteorologista do Inmet, o outono é uma época em que as chuvas começam a diminuir e as massas de ar continentais ganham força, bloqueando as massas de ar frias que vêm do sul.

“Isso é climatologicamente normal. Possivelmente, o calor vai até o dia 15 de maio. Se não chegar nenhuma frente fria para quebrar o bloqueio, a massa de ar quente e seco vai ficar predominando. Se vier uma frente fria forte, acompanhada de uma massa de ar polar, ela pode avançar e trazer até frio”, comenta Souza.

O boletim do instituto destaca que a primeira semana de maio terá tempo quente e seco na região de influência da onda de calor, exceto em áreas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde deve ocorrer chuva rápida e passageira.

Já na segunda semana, de 7 a 15, a previsão de chuva rápida e passageira será apenas para o estado do Espírito Santo. Nas demais áreas das regiões Centro-Oeste e Sudeste permanecerão com o tempo seco e quente.

O Inmet alerta ainda que as bordas dessa massa de ar quente e seco devem sofrer com temporais nos próximos dias, com volumes maiores que 70 mm no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, devido à atuação de um sistema frontal no Sul do país, e em áreas do norte do Amazonas, do Pará e de Roraima, bem como no Amapá, que podem vir acompanhadas de raios, rajadas de vento e trovoadas (áreas do mapa em tons de vermelho).

O Nordeste também deve apresentar volume de precipitação que pode superar os 60 mm, principalmente, no norte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e na faixa leste da região.

A previsão para a segunda semana de maio é praticamente a mesma da primeira, com a única diferença de que pode chover ainda mais forte no Sul, com volume superiores a 80 mm, segundo o Inmet.

Cuidados com a saúde no calor

A exposição ao calor mais quente do que a média compromete a capacidade do corpo de regular a temperatura e podem gerar mal-estar, exaustão, insolação e hipertermia. A desidratação ocasionada pela maior sudorese também é um problema.

Para se proteger de problemas causados pelas altas temperaturas, vale atenção com hidratação (carregar sempre uma garrafa de água), alimentação (frutas com alto teor de água, como abacaxi, laranja e melancia, além de vegetais frescos), exercício físico na medida e uso de proteção solar e vestimentas adequadas.

A professora de medicina do esporte Carla Tavares recomenda evitar excesso de bebida alcoólica, que potencializa o risco de desidratação, e manter-se ativo.

Atividades mais extenuantes devem ser feitas no período das 4h às 7h da manhã e as famílias e vizinhanças devem conversar sobre as medidas e monitoramento dos mais vulneráveis. Em caso de espasmos musculares, não dê ou consuma “ácido acetilsalicílico ou paracetamol” e busque ajuda médica.

Além disso, é importante ficar atento ao aparecimento de sinais ou sintomas de alerta de desidratação e hipertermia. “Nesses casos, além de manter os cuidados preventivos, procure atendimento médico para avaliação e tratamento de forma precoce.”

CLAUDINEI QUEIROZ / Folhapress

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