RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estuda fazer parte do próximo censo agropecuário pela internet. A previsão é que o estudo seja feito em 2026.
A afirmação foi feita nesta terça-feira (30) pelo presidente do instituto, Marcio Pochmann, na Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). Pochmann disse que o IBGE vai estudar a maneira de utilizar a internet de forma a tornar o censo mais viável.
Um dos problemas é que cerca de 70% da zona rural do país não dispõe de conexão, segundo a associação ConectarAgro, o que dificulta o uso de máquinas tecnológicas que permitem a obtenção em tempo real de dados aferidos no campo. A falta de rede também dificulta a transmissão de dados ou o envio de um simples e-mail ou mensagem de WhatsApp.
Por isso, segundo Pochmann, o censo pela internet “não será na sua totalidade, mas onde for possível, olhando a realidade do Brasil.”
Utilizar a internet para preenchimento parcial dos questionários também exige outros tipos de trabalho, como o de educação e o de propagação das facilidades do modelo online, segundo ele.
Pochmann disse que o objetivo do encontro com executivos de entidades como Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) na Agrishow foi o de consultar sobre o tema e conversar sobre participação no conselho de orientação sobre o censo.
O último censo do setor foi feito em 2017 e, por isso, Pochmann disse não ter estimativa de quanto custará o estudo. “Estamos nos preparando para ir a campo em janeiro de 2026, mas tem de ter treinamento”, disse.
Isso inclui, segundo ele, pré-testes e montar questionários para saber a qualidade do formulário a ser aplicado. A preparação vai ser feita ao longo do próximo ano.
O presidente do IBGE disse que o modelo “tem de ser muito bem preparado”, motivo pelo qual tem dialogado com ministérios como o da Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário, além de CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária).
Para o futuro, outro possibilidade que será estudada é a de realizar um levantamento anual do campo por amostragem.
MARCELO TOLEDO / Folhapress