SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O rio Guaíba, em Porto Alegre, chegou a 4,23 metros no cais Mauá, no final da madrugada desta sexta-feira (3), o maior nível desde 1941. O nível de alerta para a região do centro histórico é de 2,5 metros, sendo 3 metros para inundação.
Entre as consequências da cheia está o fechamento da base da Guarda Municipal na orla do Guaíba. A área será patrulhada preventivamente até a normalização.
Um abrigo instalado na Casa dos Correios também precisou ser desativado devido ao avanço das águas. As pessoas que estavam no local foram transferidas para uma escola municipal. Ao todo, 387 pessoas estão em abrigos temporários na cidade.
Até o momento, a região das ilhas é a mais afetada, pois a inundação nesta região ocorre após o nível do rio atingir 2,2 m. Moradores da região foram resgatados durante toda a madrugada por botes. Eles foram levados para abrigos municipais.
A Prefeitura de Porto Alegre decretou estado de calamidade pública no município na noite de quinta, após a classificação do desastre provocado pelas fortes chuvas como de grande intensidade.
A Defesa Civil do município divulgou um novo alerta, indicando a possibilidade de continuidade das chuvas extremas até o meio-dia de segunda-feira (6).
A Polícia Rodoviária Federal informou que a ponte do vão móvel está bloqueada nos dois sentidos devido a alagamento.
“Teremos a elevação do Guaíba num patamar que nunca vimos e vamos precisar que as pessoas se coloquem em situação de segurança”, alertou o governador Eduardo Leite (PSDB) nesta quinta. Ele comparou a situação atual com a enchente de 1941, apontada como a maior da história, quando o Guaíba chegou a 4,75 metros.
Segundo Leite, considerando as previsões de chuva intensa dos próximos dias, o evento meteorológico em curso será, possivelmente, a maior tragédia ambiental da história do Rio Grande do Sul.
As fortes chuvas que atingem o estado deixaram ao menos 29 mortos desde segunda-feira (29), 60 desaparecidos, 36 feridos e quase 15 mil pessoas fora de suas casas. Os alagamentos arrastaram construções e isolaram moradores.
Segundo a Defesa Civil, 4.600 pessoas já foram resgatadas no estado, encaminhadas para atendimento médico ou para abrigos públicos.
Redação / Folhapress