SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Banco do Brasil ainda não tem dimensão do impacto da tragédia no Rio Grande do Sul em seu balanço ou na economia, dado o ineditismo do episódio que afeta mais de 300 cidades.
“É algo com o qual nós nunca lidamos. Que o país nunca lidou. É uma tragédia sem precedentes”, disse Tarciana Medeiros, presidente do BB durante entrevista a jornalistas para comentar o resultado do banco estatal no primeiro trimestre de 2024, nesta quinta-feira (9).
Segundo a executiva, além do impacto no banco, ainda é impossível prever o potencial impacto na economia do país. “[A tragédia afeta] o ciclo econômico de uma região inteira, de uma cadeia que atinge o país inteiro.”
O Rio Grande do Sul chegou nesta quinta à marca de 107 pessoas mortas em decorrência das chuvas que atingem o estado, segundo a Defesa Civil.
Há ao menos 400 mil pontos sem energia e 500 mil sem água no Rio Grande do Sul em decorrências das fortes chuvas que atingiram a região ao longo da última semana.
De acordo com Medeiros, há ainda um impacto do investimento preventivo em relação a eventos climáticos, com maior oferta de seguros e de investimentos verdes
“Eventos como o que aconteceu no Rio Grande do Sul tendem a se tornar cada vez mais recorrentes, então estaremos preparados não só lá, mas em outras regiões também para lidar com as intempéries climáticas daqui em diante”, disse a CEO.
Segundo o BB, por conta de eventos climáticos passados na região, a maioria dos clientes gaúchos estava segurada considerando a possibilidade de novas ocorrências, o que não deve acarretar prejuízo.
“O seguro já leva em reconsideração os riscos [climáticos] nessa precificação, e a nossa seguradora, em relação ao agro, tem uma parceria com algumas das maiores resseguradoras do mundo, então eventos climáticos como este, que para nós aqui foi sem precedentes, já ocorreram em outras partes do mundo e já estão previstos na precificação de risco dos seguros”, disse Medeiros.
Nesta quinta, o governo federal anunciou um pacote de R$ 51 bilhões para o RS, do qual o Banco do Brasil faz parte. Além disso, o banco alocou mais R$ 50 milhões em doações para a compra de alimentos, kits de higiene e limpeza, entre outros, totalizando R$ 60 milhões até o momento.
JÚLIA MOURA / Folhapress