RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de Pelotas (a 260 km de Porto Alegre) prevê que o município atravesse de segunda (13) a quarta-feira (15) o momento mais grave das enchentes que já deixaram um rastro de destruição em outras cidades do Rio Grande do Sul.
A projeção foi anunciada neste sábado (11) pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), que citou informações creditadas a técnicos da UFPel (Universidade Federal de Pelotas).
Segundo a prefeita, os especialistas desenvolveram um modelo para estimar o tempo necessário para a movimentação das águas do lago Guaíba, em Porto Alegre, em direção à lagoa dos Patos.
A lagoa banha municípios da chamada Costa Doce, que inclui Pelotas, no sul do estado. Cidades da região se preparam para alagamentos após a cheia histórica do Guaíba deixar endereços de Porto Alegre embaixo d’água.
“A previsão é de que Pelotas receba o maior volume de águas, ou seja, chegue ao pico desse evento climático, entre a segunda e a terça ou a quarta. A partir de segunda-feira, vamos ter o pico, o momento mais grave, provavelmente, desta crise difícil”, disse Mascarenhas.
A prefeita fez o anúncio em uma live que atualizou as áreas em vermelho no mapa de risco de Pelotas. De acordo com ela, o objetivo da administração municipal não é alarmar as pessoas, mas levar avisos para que os moradores se preparem e busquem situações de segurança.
Mascarenhas pediu que a população “não deixe para a última hora” e use o tempo a seu favor. “Como já dissemos, no pior cenário, que pode não se confirmar, aquelas áreas em vermelho [no mapa] ficariam alagadas. Não é nada além do que a gente já disse”, declarou.
“A única diferença, a única novidade, é o quando. Possivelmente, o momento mais difícil seja entre segunda e terça, segunda e quarta”, acrescentou.
Pelotas têm quase 325,7 mil habitantes, de acordo com o Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
É a quarta maior população do Rio Grande do Sul. Fica atrás de Porto Alegre (1,3 milhão), Caxias do Sul (463,5 mil), na serra, e Canoas (347,7 mil), na região metropolitana.
Neste sábado, Mascarenhas disse que as aulas em escolas do município de Pelotas seguem suspensas até segunda ordem. A prefeita também afirmou que a circulação de ônibus foi reduzida como forma de economizar óleo diesel na cidade.
Com a tragédia das chuvas, o Rio Grande do Sul passou a conviver com uma série de gargalos logísticos, o que dificulta a circulação de pessoas e mercadorias, incluindo combustíveis.
A força das enxurradas dos últimos dias estragou rodovias e até arrancou pontes no estado. Outro reflexo foi o fechamento do aeroporto internacional Salgado Filho, que ficou alagado na capital.
LEONARDO VIECELI / Folhapress