Somos nós ou os monstros do Hamas, diz Netanyahu no Memorial Day

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, usou parte de seu discurso no Memorial Day, data que homenageia soldados mortos e antecede o dia da independência do país, para reafirmar que seu objetivo na guerra na Faixa de Gaza é aniquilar o Hamas.

“Somos nós, Israel, ou eles, os monstros do Hamas”, afirmou o premiê no cemitério militar Monte Herzl, em Jerusalém, nesta segunda-feira (13). A uma plateia formada por ministros, diplomatas e famílias que perderam seus entes queridos, ele falou do conflito como uma escolha entre liberdade e violência. “Estamos determinados a vencer essa batalha.”

O discurso acontece no momento em que Bibi, como o político é conhecido, enfrenta pressão interna e externa. “Só juntos venceremos”, afirmou, invocando a união do país. “Nossa guerra da independência não acabou ainda.”

Manifestantes protestaram contra o governo de Netanyahu em diversos eventos desta segunda. O próprio premiê foi interrompido no final de sua fala em Monte Herzl por gritos que pareciam vir de familiares enlutados. “Você levou meus filhos”, protestaram alguns dos presentes, segundo a imprensa local.

Já na cerimônia que acontecia na cidade litorânea de Ashdod, algumas pessoas se manifestaram quando o ministro da Segurança Nacional e um dos políticos mais extremistas do gabinete de Bibi, Itamar Ben-Gvir, entrou no palco.

“Saia daqui, criminoso”, afirmou um dos presentes, de acordo com o Times of Israel. Os protestos evoluíram para agressões após algumas pessoas se irritarem com as manifestações —em um vídeo compartilhado nas redes sociais, é possível ver parte da plateia brigando.

Ben-Gvir se opõe publicamente a um acordo para alcançar a libertação dos reféns, que não foram mencionados em seu discurso, mais focado na importância de seguir os combates. “O sangue de nossos irmãos clama da terra e nos guia a continuar e lembrar, a continuar e lutar”, afirmou.

Em outros pontos do país, membros do governo também foram hostilizados. Em Tel Aviv, por exemplo, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, foi recebido em um cemitério militar por três pessoas segurando cartazes. Em um deles, lia-se: “O sangue deles está em suas mãos”, segundo o Times of Israel.

Em Rehovot, a oeste de Israel, alguns manifestantes gritaram durante uma fala do ministro da Habitação, Yitzhak Goldknopf. Protestos semelhantes foram registrados em Netanya e Holon.

Ao contrário de Ben-Gvir, Bibi mencionou os sequestrados em seu discurso. No total, cerca de 250 pessoas foram capturadas durante a incursão do Hamas, e acredita-se que 128 deles continuem nas mãos do grupo terrorista após um cessar-fogo libertar dezenas em novembro. “Alcançaremos os objetivos da vitória, em primeiro lugar, trazendo todos os nossos reféns para casa”, prometeu Netanyahu.

Em um evento no Muro das Lamentações, em Jerusalém, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, o tenente-general Herzi Halevi, afirmou ser responsável pelas falhas durante os atentados. “Carrego comigo todos os dias a memória dos que caíram”, disse.

Redação / Folhapress

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