BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo do presidente Lula (PT) adiou o anúncio de medidas para a população do Rio Grande do Sul, atingida pela calamidade climática, que estava previsto para a tarde desta terça-feira (14), no Palácio do Planalto.
Interlocutores no governo afirmam que o anúncio deverá ser feito em Porto Alegre, nesta quarta (15). O objetivo é buscar aproximar ainda mais o governo da população gaúcha, após a realização de outros dois eventos com ações terem sido realizados em Brasília.
Oficialmente, o Palácio do Planalto afirma que o adiamento se deu porque o presidente pretende convidar os representantes dos demais Poderes.
O anúncio das novas medidas deveria ser realizado na tarde desta terça (14). Ministros ligados ao tema participaram de uma longa reunião com Lula no Planalto horas antes no mesmo dia, com o objetivo de acertar os detalhes.
A previsão é que os ministros voltem a se reunir na parte da tarde.
O próprio Lula havia afirmado na segunda-feira (13), durante reunião virtual com o governador Eduardo Leite (PSDB) e ministros para anunciar a suspensão da dívida do estado, que iria a Porto Alegre para levar um novo pacote de medidas.
“Eu estava com a intenção de ir ao Rio Grande do Sul amanhã [terça], mas a pedido do ministro Rui e do ministro Haddad, nós vamos nos preparar, porque amanhã eu quero anunciar uma série de medidas para as pessoas físicas. Ou seja, o recurso para que as pessoas que perderam suas coisas, precisam comprar alguma coisa, recebam um recurso da União para que as pessoas possam repor parte daquilo que eles perderam”, afirmou o presidente, na reunião.
“E também a questão do que pode ser feito pelo Ministério do Trabalho, da Previdência, pelo fundo de garantia. Nós vamos tomar essa decisão conjunta e eu pretendo, aí sim, na quarta-feira, ir ao Rio Grande do Sul para junto com você a gente fazer o anúncio para ajudar as pessoas físicas”, acrescentou o presidente.
Lula já havia se queixado nos bastidores que se encontrava distante da população gaúcha. Ele esteve duas vezes no Rio Grande do Sul desde o início das inundações, em Santa Maria e Porto Alegre, mas basicamente sobrevoou as áreas atingidas e esteve com autoridades.
Apenas a primeira-dama Janja teve agenda mais próxima da população, entregando donativos e visitando abrigos.
A primeira grande medida, a assinatura de um decreto legislativo para reconhecer o estado de calamidade no estado, foi realizada em um evento no Planalto, ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Dias depois, também no Planalto, houve um evento maior para o anúncio de um pacote de ajuda ao estado com impacto potencial de R$ 50,95 bilhões na economia gaúcha. As medidas buscam socorrer o estado após as enchentes.
Desse total, R$ 7,7 bilhões terão impacto na contas do governo federal. A maior parte desses recursos foi reservada para baratear financiamentos a empresas e produtores rurais.
A suspensão da dívida estadual por um período de três anos foi tornada pública em uma reunião virtual com Eduardo Leite, que acabou transmitida pela Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência).
As novas medidas devem incluir a concessão de um voucher para as famílias do estado atingidas pelas inundações, para que elas possam começar a reconstruir suas casas.
Como antecipado pela coluna da Mônica Bergamo, o valor deverá ser de R$ 5.000.
RENATO MACHADO / Folhapress