SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A menos de um ano, Ana Marcela Cunha rompeu com o treinador Fernando Possenti e se mudou para a Itália para trabalhar com o técnico Fabrizzio Antonelli em busca do bicampeonato olímpico em Paris-2024. Agora, a pouco mais de dois meses para os Jogos, a atleta brasileira contou que está totalmente adaptada aos treinos do novo comandante, mas já enjoou da comida italiana.
“O mais difícil de se adaptar foi a comida. Na Itália, é sempre uma massa e um arroz, e uma hora cansa de ter que escolher só entre lasanha, espaguete, molhos… Nosso país dá de 10 a 0 na culinária daqui, tem arroz, feijão e uma variedade muito grande. Somos realmente privilegiados. Aprender a língua nova também é um desafio, mas de resto em termos de dia a dia é parecido”, disse Ana Marcela em entrevista coletiva.
“São treinos diferentes, volume e intensidade, só que a gente nada muito sem uso de material nenhum. Demorei um pouquinho para entender, mas desde o Mundial acho que já estou bem adaptada. Agora é a reta final de preparação para as Olimpíadas, ainda tenho duas competições pela frente”, comentou.
A campeã olímpica na maratona aquática destacou que a família é um dos pilares mais importantes em sua adaptação à nova rotina na Itália. Ela mora com Juliana Melhem, sua esposa e preparadora física, e juntas elas cuidam de uma cachorrinha. Além disso, Ana Marcela está sempre em contato com os familiares do Rio de Janeiro.
“Eu sinto falta do Brasil, da família, mas estou aqui com a minha esposa e nossa cachorra. A gente se prende muito nessa questão motivacional, não estou aqui sozinha. E falo todos os dias com meus pais, tenho um apoio muito grande. Isso permite a tranquilidade de estar longe, fazendo o que eu amo, treinando, entendendo, aproveitando todo esse momento e respeitando muito o processo de adaptação”, disse.
Outra novidade em relação ao sistema de trabalho antigo é que Ana Marcela, agora, treina com as suas principais adversárias da modalidade. Todas estão de olho no pódio.
“Seguimos em um ritmo intenso até quatro dias antes da prova da Olimpíada, em 8 de agosto. Eu tenho treinado junto com minhas principais adversárias e isso é muito importante. São meninas que estão na crescente, são novas. O que eu aprendi muito com o Fabrizio foi encaixar bastante a técnica principalmente quando meu corpo está cansado. Às vezes é muito mais isso. Tem melhorado a cada semana e isso faz com que a mente e o corpo continuem performando bem. Criei uma maturidade e autoconhecimento sobre estilo, como eu treino. Aprendi também que apesar de treinar com as adversárias, elas também são minhas amigas”, destacou Ana Marcela.
BEATRIZ CESARINI / Folhapress