BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Renan Filho (Transportes) afirmou à Folha de S.Paulo que o governo quer contratar um estudo para diagnóstico das obras necessárias para recuperar os municípios do Rio Grande do Sul.
Isso inclui a avaliação sobre a eventual construção de um canal para drenar a lagoa dos Patos, onde desembocam as águas do lago Guaíba, que circunda Porto Alegre.
Segundo o ministro, inicialmente o governo vai procurar a Agência de Desenvolvimento Alemã, que construiu diques no estado na década de 60 para verificar interesse no trabalho.
Caso o órgão não queira realizar a pesquisa, o governo vai abrir uma concorrência internacional para empresas, da qual poderão participar tanto companhias estrangeiras como brasileiras.
“Vamos contratar um estudo técnico, com concorrência internacional para três perfis de obras”, disse o ministro.
Renan diz que um dos estudos deve ter foco na contenção das águas para a própria serra antes de ela descer para o lago Guaíba. Outro terá a missão de estudar os diques de Porto Alegre e da região metropolitana à luz do crescimento das cidades.
“A terceira obra é de como drenar mais rapidamente a água da lagoa dos Patos. As pessoas falam em canais. Nós não estamos contratando um estudo sobre canal, mas está dando essa possibilidade”, afirmou Renan.
Para que a contratação seja feita, o governo vai elaborar um termo de referência por meio da empresa Infra S.A, subsidiária do Ministério dos Transportes, que teria expertise no assunto.
“Até o final do mês de maio vamos estabelecer o termo de referência. Antes [de abrir a concorrência internacional], vamos fazer contato com a agência alemã porque foi ela que fez os projetos originais dos diques de Porto Alegre. Se ela desejar realizar os estudos, é relevante porque ela tem conhecimento técnico, já fez da outra vez”, justifica o ministro.
A notícia de contratação do estudo foi anunciada pelo governo Lula durante ato do presidente em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, nesta quarta-feira (15).
A capital gaúcha, atingida por fortes chuvas desde o final de abril, está nas margens do lago Guaíba, onde desembocam os principais rios que nascem no interior do estado, na área de planalto. O rio subiu até 5,33 no dia 5 de maio, o maior recorde desde 1941.
O Guaíba desemboca na lagoa dos Patos, que tem apenas um ponto de vazão: uma pequena boca para o Atlântico na região de Rio Grande.
JULIA CHAIB / Folhapress