Dólar abre em queda nesta terça (16); mercado repercute troca de Prates na Petrobras

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar recuava frente ao real na abertura das negociações nesta quinta-feira (16). Às 9h13, a moeda à vista caía 0,32%, a R$ 5,120 na venda. Investidores continuam repercutindo os números abaixo do esperado da inflação nos Estados Unidos da véspera e uma repentina troca de comando na Petrobras.

Na quarta-feira (15), o dólar fechou com leve alta de 0,09% e ficou cotado a R$ 5,125 na venda. Já a Bolsa, em sessão marcada pelo tombo das ações da Petrobras, recuou 0,38%, a 128.027 pontos.

A demissão de Jean Paul Prates do comando da Petrobras na noite de terça (14) ofuscou os aguardados dados da inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que vieram abaixo do esperado e reforçaram apostas de corte de juros em setembro por lá.

Os papéis da estatal derreteram na sessão. Os preferenciais (PETR4) desabaram 5,73%, a R$ 38,53 por ação; os ordinários (PETR3), 6,64%, a R$ 40,08.

A queda representa uma perda de mais de R$ 34,67 bilhões em valor de mercado desde a abertura do pregão.

Para o posto de Prates, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou a engenheira Magda Chambriard, que comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) no governo Dilma Rousseff (PT).

A troca de comando foi vista com preocupação por economistas, que temem interferência política na estatal.

“O mercado nunca gosta de ingerência política sobre empresas com negócios em Bolsa. Não será diferente desta vez, até porque o Prates vinha se mostrando um conciliador entre mercado e política. O grande problema da empresa é refino: entra governo, sai governo, é sempre uma dor de cabeça”, avalia Alexandre Espirito Santo, economista da Way Investimentos.

Com Chambriard, a Petrobras terá o sexto presidente em três anos –um mau sinal para a petroleira. “Gera incerteza, e os investidores estrangeiros ficam ressabiados e vendem as ações.”

Ele pesa, ainda, a cena geopolítica no Oriente Médio, cujos conflitos têm afetado o preço do barril do petróleo. “Para piorar, teve o vai-não-vai dos dividendos. É preciso endereçar essas questões com rapidez, vamos ver como a nova presidente vai agir.”

Outrora destaque do dia, os dados da inflação ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) foram ofuscados na cena doméstica pela Petrobras, ainda que tenham contido parte das perdas esperadas para o dia.

O índice de preços subiu 0,3% no mês passado, depois de avançar 0,4% em março e fevereiro, informou o Departamento do Trabalho. Nos 12 meses até abril, o índice teve alta de 3,4%, ante 3,5% em março.

Economistas consultados pela Bloomberg previam alta de 0,4% na base mensal e 3,4% na anual. O Fed trabalha com a meta de levar a inflação a 2% em 2024.

O resultado sugere que a inflação norte-americana retomou sua tendência de queda no início do segundo trimestre.

O dado é um importante indicador para calibrar as expectativas do mercado quanto à proximidade do primeiro corte na taxa de juros norte-americana, atualmente na faixa de 5,25% e 5,50%, pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).

“Todo o mercado vai precificar a possibilidade de corte de juros antes de setembro, que é o consenso neste momento, e talvez até uma chance de mais cortes de juros em 2024”, avalia Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Na cena corporativa, JBS disparou 7,55% e também conteve parte da pressão sobre o Ibovespa, após divulgação do balanço do último trimestre.

A companhia registrou lucro líquido de R$ 1,65 bilhão, ante prejuízo de R$ 1,45 bilhão no mesmo período do ano passado. A maior empresa de proteínas animais do mundo superou as expectativas de analistas, que previam lucro de R$ 675,5 milhões.

A MRV também figurou na coluna positiva, com avanços de 4,40%.

Na ponta negativa, CSN perdeu 5,97%, e Vale fechou praticamente estável, com recuo de 0,05%.

Redação / Folhapress

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