Nível de água da lagoa dos Patos sobe, enchente atinge mais bairros, e moradores são resgatados

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – As cidades de Rio Grande e São José do Norte, no sul do Rio Grande do Sul, sofre com o aumento do nível da Lagoa dos Patos.

Após as enchentes históricas na região dos Vales, os rios inundados seguiram seu curso até a região metropolitana de Porto Alegre. Agora, essa água flui em direção à lagoa dos Patos, antes de desembocar no Oceano Atlântico, o que aumentou a inundação na região.

Em Rio Grande, mais de 600 pessoas foram resgatadas entre a noite de quarta (15) e a madrugada desta quinta-feira (16). O nível da água chegou a 2,66 metros na manhã desta quinta, ultrapassando a cota de inundação em 76 centímetros, segundo a prefeitura. Na tarde de quarta, o nível estava em 2,34 metros.

Na medição feita pela Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura) em São Lourenço do Sul, o nível estava em 2,80 metros às 7h. Eram 2,60 no mesmo horário da quarta-feira.

Há pelo menos 615 pessoas em nove abrigos, e outros dois estão em preparação.

Serviços básicos estão sendo afetados na cidade, com vias bloqueadas e dificuldades de acesso e locomoção. “Não há normalidade no transporte coletivo há vários dias”, disse Anderson Castro, secretário municipal de mobilidade, acessibilidade e segurança.

Na vizinha São José do Norte, do outro lado da lagoa, ruas estão alagadas e 114 pessoas estão em abrigos. O funcionamento da balsa que conecta as duas cidades está inoperante.

Além disso, cidades como Pelotas e São Lourenço do Sul também registram alagamentos.

As cidades sofrem com os impactos do fenômeno climático que atingiu o Rio Grande do Sul a partir de 29 de abril, e chegou ao sul do estado com força nos últimos dias.

GUAÍBA EM BAIXA

O nível do lago Guaíba, em Porto Alegre (RS), ficou abaixo dos 5 metros pela primeira vez desde segunda-feira (13), de acordo com medição realizada no início da manhã desta quinta-feira (16). O nível chegou a 4,99 às 6h15, no cais Mauá.

Segundo o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o nível do lago deve diminuir lentamente nos próximos dias, ficando acima dos 4 metros durante a semana.

O pico até o momento foi registrado há uma semana, quando o lago subiu para a faixa de 5,3 metros.

As fortes chuvas do Rio Grande do Sul causaram ao menos 151 mortes, de acordo com boletim divulgado às 9h desta quinta. O número pode aumentar nos próximos dias, já que ainda há 104 desaparecidos.

As mortes ocorrem em 44 cidades, conforme a Defesa Civil, e há 806 feridos.

No total, 458 municípios foram afetados, sendo que 77.199 pessoas estão desabrigadas e 538.164 ficaram desalojadas.

CARLOS VILLELA / Folhapress

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