RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A liminar que devolveu ao Vasco o controle da SAF não deve causar maiores impactos no futebol em um primeiro momento. A diretoria do associativo pretende manter o quadro vigente e dar continuidade à estrutura de trabalho do departamento.
A reportagem apurou que o presidente Pedrinho estuda se pronunciar em breve. O time cruzmaltino divulgou uma nota oficial na manhã desta quinta-feira, até aqui o único posicionamento oficial sobre o tema.
Os contratos assinados pela VascoSAF vão continuar ativos. Um exemplo é o da Betfair, anunciada na última semana como patrocinadora master.
O elenco se apresentou no centro de treinamento e realizou um treino nesta manhã. O andamento das atividades não sofreu alteração. A equipe se prepara para o duelo com o Fortaleza, pela Copa do Brasil.
Há diálogo entre pessoas ligadas diretamente ao futebol e ao associativo. Neste primeiro dia após a liminar ter sido concedida, a diretoria do associativo conversa com o futebol em um intuito de também explicar a movimentação e criar um laço no trabalho.
O Vasco tem negociações avançadas com o técnico português Álvaro Pacheco. O treinador estava no Vitória de Guimarães e está perto de assumir a vaga deixada por Ramón Diaz.
A LIMINAR
O Vasco associativo retomou o controle da SAF da 777 Partners. A liminar foi concedida pelo juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, na noite da última quarta-feira (15).
O documento afasta os integrantes da 777 do Conselho de Administração da SAF. Antes da decisão, ele era composto por cinco cadeiras da empresa: Josh Wander, Andres Blazquez, Donald Dransfield, Nicolas Maya e Steven Pasko. E duas do associativo: Pedrinho e Paulo César Salomão. O quinteto americano está fora e o clube agora tem o poder de indicar os substitutos.
O juiz Paulo Assed Estefan classificou as operações da 777 Partners como “estranhas”. Cita, por exemplo, um “saque a título de empréstimo” logo após um dos aportes ao Vasco.
VASCO SE PRONUNCIA
A diretoria do Vasco justificou, através de um comunicado oficial, os motivos que o levaram a acionar a Justiça. Segundo o informe, o movimento visa “preservar o patrimônio da Vasco da Gama Sociedade Anônima de Futebol”.
A nota oficial também se preocupa em esclarecer que a 777 segue como sócia da SAF, ainda que agora minoritariamente. O clube frisa que a participação, após a liminar, restringe a sociedade dos americanos em 30%, e que suas obrigações seguem mantidas.
O comunicado justifica que a ação se fez necessária pelo “risco de penhora ou uso das ações da VascoSAF como garantia em potenciais cenários de falência ou insolvência da 777”. E que não houve um retorno ao modelo associativo de gestão do futebol.
ALEXANDRE ARAUJO E BRUNO BRAZ / Folhapress