SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Nordeste registrou o maior crescimento da taxa de alfabetização, mas ainda continua como a região do Brasil com a maior proporção de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler ou escrever.
De 2010 a 2022, a taxa de alfabetizados subiu de 80,9% para 85,8%, um crescimento de 4,9 pontos percentuais. No país, a taxa média de alfabetizados passou de 90,4% para 93%, um aumento de 2,6 pontos percentuais.
Os dados são do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Dos 11,4 milhões de não alfabetizados no país, 6,1 milhões estão no Nordeste. Ou seja, a região concentra 53,7% da população brasileira que não sabe ler ou escrever um bilhete simples.
Das dez unidades da federação com a maior taxa de analfabetismo, nove estão no Nordeste. Alagoas tem a taxa mais alta, com 17,7% da população sem saber ler e escrever, seguido pelo Piauí (17,2%), Paraíba (16%), Maranhão (15%), Ceará (14,1%), Rio Grande do Norte (13,9%), Sergipe (13,8%), Pernambuco (13,4%) e Bahia (12,6%).
“A melhora mais significativa registrada nesse período foi na região Nordeste. Ainda assim, a região se destaca por ter a maior taxa de analfabetismo, que é resultado dessa dívida histórica educacional que temos”, disse Betina Fresneda, analista do IBGE responsável pela apresentação dos dados.
Assim como no restante do país, o analfabetismo atinge mais as populações mais velhas dos estados do Nordeste. Conforme aumenta a idade, maiores são as taxas daqueles que não sabem ler e escrever.
Mesmo com os avanços registrados pela região, ela ainda possui taxas superiores de analfabetismo a média do país em todas as faixas etárias. No grupo de 15 a 19 anos, 2,4% da população do Nordeste não sabe ler e escrever, enquanto a média nacional é de 1,5%.
A distância em relação à média nacional se amplia conforme avança a idade dos grupos. Na faixa etária dos que têm mais de 65 anos, 39,4% da população do Nordeste não foi alfabetizada, já no país a média é de 20,25%.
Enquanto o Nordeste mais uma vez registrou a menor taxa de alfabetização, a região Sul também garantiu pela segunda vez a maior proporção de pessoas que aprenderam a ler e escrever, com 96,6%. Em seguida, aparecem o Sudeste (96,1%), Centro-Oeste (94,9%) e Norte (91,8%).
Entre as unidades da federação, Santa Catarina apresentou o maior percentual de pessoas de 15 anos ou mais que sabiam ler e escrever em 2022: 97,3%.
Distrito Federal (97,2%), São Paulo (96,9%) e Rio Grande do Sul (96,9%) vêm depois no ranking das unidades da Federação.
ISABELA PALHARES / Folhapress