Extremismo na política serve para poucos e para conquistar votos, diz Pacheco

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), fez um discurso conciliatório e de defesa da moderação durante almoço no Instituto dos Advogados de São Paulo nesta segunda-feira (20).

“O radicalismo e o extremismo servem para poucos, e para esses poucos terem adesão na hora do voto”, disse.

Pacheco afirmou que a briga acaba sendo um instrumento para garantir mais atratividade no discurso eleitoral, mas que o político não deve pensar em eleições o tempo todo.

“Quem está na política pensando o tempo inteiro em eleição é melhor sair dela, porque a política é feita para poder dar resultado para as pessoas. Não para garantir nova eleição ou like em rede social.”

Questionado pela imprensa sobre as críticas que líderes do Congresso têm feito sobre dificuldades de articulação e diálogo com o governo Lula (PT), Pacheco respondeu que “é muito importante ouvir críticas e buscar equacioná-las”. Disse também que, depois das críticas, os envolvidos sentam à mesa e dialogam.

Neste mês, o governo Lula conseguiu costurar acordos no Congresso Nacional e evitar a derrubada de vetos presidenciais em temas prioritários, como o controle do orçamento e a lei das saidinhas.

O avanço das negociações foi atribuído pelos governistas a uma força-tarefa de ministros e à atuação de Pacheco.

Apesar da boa relação com Lula, Pacheco demonstrou irritação no mês passado diante da ação movida pelo governo junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender a desoneração da folha de pagamentos de prefeituras e 17 setores da economia. O senador disse que o governo cometeu um “erro primário”, causou uma “crise de confiança” entre os Poderes e tentou “um terceiro turno”.

Nesta segunda, Pacheco também comentou sobre declaração na casa do ex-governador João Doria que sinalizaria para sua aposentadoria ao fim do mandato, em 2026. O senador afirmou que na ocasião repetiu a ideia de que existe uma data de entrada e uma data de saída da vida pública, e que ele não se eternizaria na política. “Agora, o futuro a Deus pertence”, disse.

Questionado se não teria vontade de governar o seu estado, Minas Gerais, Pacheco respondeu que todos os mineiros que estão na vida pública têm esse sonho. “Mas obviamente essa é uma definição que no momento certo a sociedade tem que ter, e as lideranças partidárias.”

Em sua fala durante o almoço, Pacheco elencou as discussões que considera mais relevantes em curso no Congresso, defendendo, por exemplo, a regulação das mídias sociais e o fim da reeleição. Ele afirmou que a expectativa é de que o Senado possa começar a trabalhar na reforma tributária a partir de agosto.

ANA LUIZA ALBUQUERQUE / Folhapress

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