SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O delegado Roberto Afonso disse que o adolescente de 16 anos que confessou ter assassinado a própria família demonstrou um comportamento “frio”, mas ficou “espantando” ao ser informado que seria detido e levado para a Fundação Casa.
Adolescente estava “tranquilo” no momento da detenção e não demonstrou sentir “remorso”. “Ele relatou com tranquilidade o que houve. É difícil para a gente imaginar que você mata os seus pais e tem [toda] essa tranquilidade para falar”, declarou o delegado em coletiva de imprensa nesta terça-feira (21).
O delegado explicou que primeiro ele atirou contra o pai, em seguida matou a irmã e esperou a mãe chegar em casa para executá-la. “Tem um espaçamento de tempo [entre as mortes], então ele poderia ter desistido em algum momento”, destacou Afonso.
Jovem se assustou ao ser informado que iria para a Fundação Casa. “Ele tomou um susto, foi uma surpresa, ele se espantou com isso. A gente não sabe se ele estava fora de uma realidade com relação a detenção”, informou o delegado.
O adolescente de 16 anos matou pai, mãe e irmã dentro de casa na noite de sexta-feira (17), em São Paulo. Adolescente usou arma do pai, que era Guarda Civil Municipal, para matar a família. Eles foram mortos dentro de casa, na zona oeste de SP.
Ele diz que matou os pais porque estava com raiva. Adolescente contou à polícia que foi xingado de “vagabundo” pelos pais na quinta-feira (16) e ficou sem acesso ao celular e a um computador que usava. Depois da discussão, ele planejou as mortes, de acordo com o boletim de ocorrência obtido pelo UOL.
Irmã foi morta porque estava na casa, diz adolescente. Após atirar no pai, o jovem subiu ao andar superior do imóvel quando foi questionado pela irmã sobre o barulho do tiro. Após a pergunta, ele atirou no rosto da jovem, diz o boletim de ocorrência.
Ele passou o fim de semana em casa com os corpos. Ainda de acordo com o depoimento do adolescente à polícia, ele manteve atividades rotineiras, como ir para a academia e à padaria. Apenas no domingo (19) à noite ele ligou para a polícia e confessou os crimes. Vizinhos contaram à TV Globo que não ouviram nenhum barulho no dia do crime, mas que a família brigava constantemente.
Câmeras de segurança da casa devem ajudar o trabalho da polícia. O adolescente foi conduzido à Fundação Casa e o caso foi registrado como homicídio, feminicídio, posse ou porte ilegal de arma e vilipêndio a cadáver no 33º DP (Pirituba).
Guarda Civil Municipal de Jundiaí e Unidade de Gestão de Segurança dizem que prestarão o suporte necessário à família do GCM: “Ele estava lotado no destacamento Florestal. Prestativo e dedicado, estava na GMJ desde 2012”.
THAÍS AUGUSTO E TIAGO MINERVINO / Folhapress