SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Macacos bugios, uma espécie considerada em risco de extinção, estão caindo morto de árvores em florestas tropicais no México. Autoridades investigam se o calor extremo está matando os animais.
Autoridades informaram que cerca de 85 macacos morreram desde o dia 5 de maio. O Ministério de Meio Ambiente diz que há diversas hipóteses sobre a morte dos animais, “como calor, desidratação, desnutrição e fumigação de plantações com agrotóxicos”, disse a pasta em um comunicado.
Alguns macacos foram resgatados com vida por moradores. Cinco deles foram levados às pressas para um veterinário local.
As mortes aconteceram em Chiapas e Tabasco, estados com florestas no sul do país. Nesses locais, foram registradas recentemente temperaturas máximas de até 45°C, acrescentou a pasta, que cataloga essa espécie como em “perigo de extinção”
Em Tabasco, foi iniciada uma campanha para ajudar esses animais. Foram colocados no local “bebedouros de água, alimentos e frutas para que se mantenham hidratados”, indicou a mídia do México.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, natural de Tabasco, falou sobre o caso. Ele reconheceu na segunda-feira (20) que nunca tinha experimentado tanto calor na sua terra natal.
O especialista Víctor Morato também atua no tratamento dos animais. Os primatas de pelo preto foram levados ao consultório dele pelos moradores. “Quando chegaram aqui em agonia, estenderam as patas como se dissessem ‘ajude-me'”. “Fiquei com um nó na garganta”, disse o especialista à AFP em seu consultório.
Morato explica que vários macacos ainda estão em estado delicado. Ele acrescentou que os animais caem de árvores de 15 a 20 metros de altura ao desmaiarem. Vários deles chegaram à clínica com temperatura corporal de 43°C.
As altas temperaturas provocaram recordes de calor no México. Em Gallinas, no estado de San Luis Potosí (norte), o termômetro chegou aos 49,6°C em 10 de maio. A onda de calor também fez com que os níveis de várias barragens no país fossem reduzidos e grupos pecuários relatassem a morte de centenas de animais.
Redação / Folhapress