BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o governo adiou o leilão de arroz anunciado pelo presidente Lula (PT) após um aumento de preços no Mercosul. A afirmação foi feita em entrevista ao G1.
De acordo com Fávaro, a ideia era comprar 100 mil toneladas, mas pelos preços praticados nos países do bloco só seria possível adquirir 70 mil toneladas.
Ao saber do aumento de preços, Fávaro se reuniu com o presidente Lula, que decidiu adiar o leilão. Não há nova data marcada.
Questionado, o Ministério da Agricultura disse que “está realizando as tratativas necessárias para evitar qualquer especulação do preço do arroz, para a estabilidade do preço do produto nos mercados do país”.
“As negociações estão contando com a participação de diversas partes do setor produtivo, como associações, cooperativas e produtores. O objetivo é o enfrentamento às consequências econômicas das cheias no Rio Grande do Sul”, acrescentou.
A preocupação do governo vem do fato do estado ser o maior produtor nacional, respondendo por cerca de 70% do que é consumido no Brasil. Com as enchentes no estado, houve perda de parte da produção.
Com a diminuição da oferta, o medo é de um aumento de preços, que impacta na inflação. O anúncio do leilão foi feito em 7 de maio e a compra estava prevista para essa terça (22).
Outra medida anunciada pelo governo para combater os efeitos inflacionários das chuvas na região sul foi zerar o imposto de importação para o alimento.
Ela foi aprovada nessa segunda-feira (20) em reunião do Comitê Executivo de Gestão da Camex (Câmara de Comércio Exterior).
A proposta inclui dois tipos de arroz não parboilizados e um tipo polido/brunido na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec).
“Ao zerar as tarifas, buscamos evitar problemas de desabastecimento ou de aumento do preço do produto no Brasil, por causa da redução de oferta”, disse na ocasião Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e chefe do MDIC (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
A redução a zero das tarifas vale a até 31 de dezembro deste ano.
LUCAS MARCHESINI / Folhapress