Drex tem impasse em solução de privacidade e passará por nova fase de testes até 2025

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Drex —real digital em desenvolvimento pelo Banco Central– tem impasse em solução de privacidade e passará por uma segunda fase de testes, informou a autoridade monetária nesta quarta-feira (22).

“As soluções tecnológicas de privacidade testadas até o presente estágio do piloto não apresentaram a maturidade necessária para que se possa garantir o atendimento de todos os requisitos jurídicos relacionados à preservação da privacidade dos cidadãos, apesar de terem evoluído ao longo do tempo”, afirmou o BC em nota.

A autoridade monetária disse ter decidido revisar as diretrizes do piloto para “permitir o avanço de sua infraestrutura em uma segunda fase de testes”, com o objetivo de incorporar novas funcionalidades e promover a evolução e a maturação da plataforma.

Em agosto do ano passado, o BC revisou o cronograma da primeira fase de testes. Inicialmente prevista para acabar entre fevereiro e março deste ano, a etapa inicial do piloto tinha sido prolongada até maio.

Na próxima fase, será testada a implementação de contratos inteligentes –documentos digitais programados por meio de tecnologia para serem executados de forma automática sob as condições acordadas– criados e geridos por outros participantes na infraestrutura criada para o desenvolvimento da moeda digital.

Ou seja, o piloto não ficará mais restrito apenas aos serviços criados pelo BC. De acordo com a instituição, serão avaliados diferentes casos de uso na nova fase do piloto, levando em consideração “os requerimentos de privacidade exigidos pela legislação em vigor”.

Como serão incluídos no ambiente de testes ativos não regulados pela autoridade monetária, o BC diz que haverá necessidade de se assegurar a participação ativa de outros reguladores na plataforma, em especial da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que já acompanha a evolução da moeda digital do Brasil.

De acordo com a instituição, será aberto nas próximas semanas um novo prazo para que os atuais participantes do piloto apresentem propostas de casos de uso do Drex. As iniciativas selecionadas serão testadas a partir de julho.

O BC ainda receberá ao longo do terceiro trimestre novas propostas de candidaturas de instituições que queiram participar do piloto. Os escolhidos deverão testar a implementação de contratos inteligentes até o fim do primeiro semestre de 2025.

O real digital foi batizado de Drex pelo BC no dia 7 de agosto e apresentado como “um passo a mais na família do Pix”. Ele está sendo desenvolvido com o objetivo de trazer avanços em transações mais complexas e popularizar serviços financeiros no país que hoje são caros e pouco acessíveis.

O Drex não é uma criptomoeda, mas uma nova forma de representação da moeda brasileira. Na avaliação de especialistas, tem potencial de modernizar a maneira como hoje são feitos pagamentos, empréstimos, investimentos, compra e venda de carros e imóveis e também criar novas oportunidades de negócios.

NATHALIA GARCIA / Folhapress

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