Mercadante defende taxas de juros menores para reconstruir o RS

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Aloizio Mercadante defendeu, nesta quarta-feira (22), a implementação de taxas de juros menores para empresas do Rio Grande do Sul, estado que vive uma crise provocada por enchentes que deixaram mais de 160 mortos.

“Nós precisamos de taxas de juros menores para a reconstrução do Rio Grande do Sul. O Fundo Garantidor dá a garantia que ele (empresário) não tem nesse momento. Uns perderam estoque, outros perderam a máquina, e outros a sede. É preciso dar a garantia ao setor privado, e nisso o BNDES vai entrar”, afirmou Mercadante.

Em palestra no Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais) sobre descarbonização do Brasil, o presidente do BNDES defendeu também a criação de um fundo de solidariedade entre bancos públicos de desenvolvimento para a reconstrução de cidades afetadas por extremos climáticos.

Uma ala do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discute a criação de um fundo para financiar investimentos. Na segunda-feira, o diretor de planejamento do BNDES, Nelson Barbosa, disse que o banco estuda a criação de uma linha de crédito para auxiliar municípios.

Mercadante disse que fez um acordo com representantes do BID (Banco Intramericano de Desenvolvimento) e do Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata) para a formatação do fundo de solidariedade.

“Imagina se este dilúvio tivesse caído no Uruguai? Eles iam sair sozinhos? O Brasil é grande, é forte, mas precisa de solidariedade”, disse Mercadante.

“Essa tragédia gigantesca abalou de forma decisiva a convicção dos negacionistas do clima. No BNDES toda semana está batendo na porta [um novo projeto]. Fomos há um ano para o Rio Grande do Sul anunciar medidas para uma seca devastadora, voltamos com as inundações de setembro, e agora estamos debruçados 24 horas para pensar em políticas.”

Morgan Doyle, representante do BID no Brasil, disse que o banco vai direcionar à reconstrução do Rio Grande do Sul um aporte de US$ 150 milhões que estavam previstos para investimento em áreas sociais.

“Nós temos uma operação aprovada que será direcionada para atender às demandas agora. O foco eram os temas sociais, moradia, educação, saúde, mas está pronto para ser redirecionado. É uma mudança natural de prioridade por parte deles.”

YURI EIRAS / Folhapress

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