SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O vereador Eduardo Pereira (PSD), se retirou de uma sessão que aconteceu na última terça-feira (21) após se recusar a ler um projeto de lei voltado ao público LGBTQIA+ na Câmara de Bertioga, localizado no litoral paulista.
O projeto de lei 035/2023 tem como objetivo criar o programa chamado de “Respeito tem Nome”, que tem como foco facilitar e garantir o direito de pessoas trans e travestis na retificação do prenome e gênero.
O projeto é baseado em um programa de mesmo nome que existe desde 2021 na cidade de São Paulo.
Ao receber o projeto, o vereador disse “Tá louco? Não faz isso comigo. Dar um projeto LGBT pra mim?”, e em seguida se retirou da sessão.
Evangélico, ele havia sido escolhido pelo presidente da Câmara para ler o projeto, que é da vereadora Renata da Silva Barreiro (PSDB). Após a aprovação em 1ª discussão do projeto, o vereador retornou à sessão.
O QUE DIZ O VEREADOR
Em resposta à reportagem, o vereador Pereira disse que está sendo feita uma polêmica sem necessidade. Ele afirmou também que a própria autora do projeto fez a leitura e que foi aprovado para ser votado em uma segunda discussão. “Na minha posição de cristão, eu não fiz a leitura e não hostilizei ninguém, nem fiz críticas”, disse.
O vereador continuou “Assim, como respeito a todos, também mereço respeito na minha posição de não ter feito a leitura. Deus ama a todos e eu também”.
Em relação ao ocorrido, a Câmara Municipal de Bertioga disse em nota: “Esta Casa Legislativa é um espaço democrático, onde todas as pessoas, são e sempre serão ouvidas e respeitadas”.
O PSD (Partido Social Democrático), partido do vereador, também disse que não compactua com qualquer tipo de discriminação.
O vereador começou sua carreira política atuando na campanha para a emancipação de Bertioga de Santos, no início dos anos 1990. Também atuou durante dez anos como assessor parlamentar da Câmara Municipal constituinte da cidade.
Em 2004 iniciou seu primeiro mandato como vereador e em 2008 foi eleito vice-prefeito de Bertioga. voltou a ser eleito para a Câmara Municipal em 2016, e foi reeleito quatro anos depois.
Redação / Folhapress