SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dois meses antes da data prevista para as eleições na Venezuela, a ditadura de Nicolás Maduro cancelou o convite para que observadores da União Europeia monitorem o pleito, informou nesta terça-feira (28) o presidente do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Elvis Amoroso.
Em um comunicado à imprensa, Amoroso disse que os observadores europeus “não são gente honrada para vir a este país enquanto mantém sanções”. A UE sustenta medidas econômicas contra a Venezuela, incluindo sanções a membros do regime, desde 2017.
“Seria imoral permitir sua participação, conhecendo suas práticas neocolonialistas e intervencionistas contra a Venezuela”, disse Amoroso. “A presença [de observadores da UE] não é bem-vinda em um processo eleitoral tão importante.”
Maduro vai buscar um terceiro mandato à frente do país nas eleições presidenciais deste ano, as primeiras desde 2018. Um acordo assinado pelo regime com a oposição em um processo mediado pela Noruega em outubro de 2023 determinava que o pleito tivesse a presença de observadores internacionais.
Os Estados Unidos chegaram a suspender sanções contra a indústria petrolífera venezuelana em resposta ao que ficou conhecido como Acordo de Barbados, mas reimpuseram as medidas depois que o regime impediu os principais candidatos da oposição de participar da disputa.
Redação / Folhapress