SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pré-candidato que lidera, ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a corrida eleitoral municipal de São Paulo, o deputado Guilherme Boulos (PSOL) é o nome mais rejeitado pelo eleitorado. Não votariam nele 32%, ante 25% que rejeitam o coach Pablo Marçal (PRTB) e 24%, o emedebista que busca a reeleição.
Na sequência, dizem não votar em José Luiz Datena (PSDB) 22%, em Kim Kataguiri (União Brasil), 21%, em José Pimenta (PCO), 19%, em Altino (PSTU), 17%, em Tabata Amaral (PSB), 16%, e em Marina Helena (Novo), 14%.
O dado apurado pela nova pesquisa do Datafolha, realizada na segunda (27) e na terça (28), não pode ser comparado de forma direta com aquele aferido na rodada anterior, em março, porque a relação de postulantes colocada para o eleitor é bastante diferente.
Isso dito, Boulos viu o patamar anterior, 34%, mantido. Desde a redemocratização, apenas Paulo Maluf (1993-96) e seu então aliado Celso Pitta (1997-2000) conseguiram eleger-se com um nível tão alto de rejeição do eleitorado.
O deputado é associado ao radicalismo das duas décadas em que liderou o movimento dos sem-teto, famoso por suas invasões e embates. Ele considera a pecha infundada e trouxe para sua vice a ex-prefeita Marta Suplicy, de volta ao PT pelo qual governou de 2001 a 2004, uma figura moderada da elite paulistana.
Já o prefeito enfrenta acusações administrativas e viu a maior eminência parda de seu governo, o presidente da Câmara Milton Leite (União Brasil), acusado de envolvimento com corrupção. Ambos negam as imputações.
Mais conhecidos (80% sabem quem é Boulos e 82%, Nunes), o trabalho de redesenho da imagem é mais complexo do que o de outros candidatos.
Entraram em destaque nesta pesquisa, por exemplo, o apresentador Datena e Marçal. O neotucano, famoso por sempre estar no páreo, mas nunca concorrer, é o nome colocado até aqui mais conhecido do eleitorado: 89%, fruto de seus anos de TV. Ao mesmo tempo, tem baixa rejeição, 22%.
Já Marçal, um nome associado à esfera bolsonarista que se lançou em abril, já chega no segundo lugar em rejeição, com um índice de conhecimento relativamente baixo, 50%.
A deputada Tabata, que tem ampliado sua presença na pré-campanha e busca vender-se como alternativa à polarização das franjas petista (encarnada em Boulos) e bolsonarista (no apoio presumido do ex-presidente Jair Bolsonaro ao prefeito), é conhecida por 56%.
Este é um dado comparável com março, quando o índice era semelhante, de 53%. Já a mais incomparável rejeição, por envolver percepções da interação com diversos novos nomes, era de 19% antes e agora, está em 16%. É uma combinação, como a de Datena, considera boa para suas pretensões.
Kim, que como Datena é incógnita no pleito devido à falta de sustentação de seu partido, é conhecido apenas por 33% dos eleitores.
Marina Helena, por sua vez, protagoniza um caso curioso: sua taxa de conhecimento oscilou negativamente desde março, de 46% para 40%, sugerindo que o eleitorado realmente a confundia com Marina Silva, ex-presidenciável e ministra do governo Lula. A intenção de voto nela também decresceu, dentro da margem de erro de três pontos do levantamento.
Ele foi encomendado pela Folha de S.Paulo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o código SP-08145/2024. Foram ouvidas presencialmente 1.092 pessoas de 16 anos ou mais em São Paulo na segunda (27) e na terça (28).
IGOR GIELOW / Folhapress