PORTO ALEGRE, RS (UOL/FOLHAPRESS) – Renato Gaúcho tem adotado estratégias para aliviar a tensão no elenco do Grêmio em razão da tragédia climática no Rio Grande do Sul. Entre as armas do treinador estão a liberdade para saidinhas dos jogadores na folga, famílias perto da delegação e até vaquinha para ajudar os funcionários do clube.
Renato Gaúcho explicou, após a vitória do Grêmio por 4 a 0 sobre o The Strongest, que é difícil manter o ambiente leve em razão de tudo que acontece no Rio Grande do Sul. As enchentes paralisaram o Estado e muitos jogadores, há algumas semanas, estavam envolvidos em resgates e trabalho social.
Com elenco em regime de concentração em São Paulo ou em Curitiba, mas muitos amigos e familiares em dificuldades em Porto Alegre, os jogadores dividem seus pensamentos entre o trabalho e a vida particular.
Mas para driblar tais problemas, Portaluppi usa toda sua habilidade de líder. Com os jogadores, autoriza saidinhas durante as folgas, libera famílias para viajarem junto da delegação e organiza vaquinha para ajudar os funcionários do clube atingidos pela enchente.
“A gente sempre tenta resolver as coisas em grupo, conversamos, eu ouço os atletas, eles me dizem o que falta, o que gostariam, dentro das possibilidades. Todos têm sido muito profissionais. É essencial quando eles precisam de folga, dar uma folga, na hora certa, para darem uma volta no shopping, ficarem com seus amigos, curtirem as famílias, fazerem compras. É necessário fazer isso para que tirem muitos pensamentos negativos da cabeça por tudo que o Rio Grande do Sul está passando. Não é o ideal, mas é o que podemos oferecer no momento. Eles precisam estar com a cabeça boa”, diz.
Renato entende que o momento também é de ter familiares perto. Por isso autorizou jogadores a terem seus familiares viajando juntos da delegação durante este período longe do RS.
Já os funcionários de apoio do clube, naturalmente numa condição financeira inferior a jogadores e membros de comissão técnica, também ganham atenção do treinador.
“Eu tento minimizar o sofrimento do grupo liberando eles às vezes. Muitos trazem as família para onde estamos viajando e é importante que fiquem perto dos filhos, dos familiares, não é fácil ter a preocupação com a família. Sei que não estariam 100%, mas precisamos deles com a cabeça no campo. Temos feito isso e sempre vai ser assim”, disse.
“Temos vários funcionários do clube que perderam tudo nas enchentes. Temos feito uma vaquinha e ajudado eles. Precisamos dos nossos funcionários, que nos ajudam muito no dia a dia, também com a cabeça boa. Imagina eles aqui e a família lá (no RS), sem casa… Nem é bom entrar muito neste assunto. É um momento difícil, muito difícil. Só quem está dentro do furacão sabe o que estamos passando”.
Redação / Folhapress