Com Netanyahu sob pressão, deputada propõe dissolver Parlamento de Israel e antecipar eleições

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma deputada do centrista Unidade Nacional, partido do ex-ministro da Defesa e membro do gabinete de guerra Benny Gantz, apresentou nesta quinta-feira (30) um projeto de lei para dissolver o Parlamento de Israel e tentar antecipar as eleições.

“[Os ataques de] 7 de outubro são um desastre que exigem a volta da confiança do povo em nós para estabelecer um governo de unidade amplo e estável que possa nos liderar diante dos enormes desafios na segurança, na economia e na sociedade israelense”, afirmou, em nota, a deputada Pnina Tamano-Shata, responsável pelo texto.

A declaração repete o raciocínio de Gantz, que vem pedindo eleições antecipadas para “manter a unidade” e “renovar a confiança” no governo, segundo afirmou em uma entrevista coletiva em abril ao pedir eleições em setembro.

Adversário do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, Gantz passou a integrar o atual governo quando diferentes forças políticas foram chamadas para formar o gabinete de guerra e tomar decisões relativas ao atual conflito de Tel Aviv contra o Hamas na Faixa de Gaza.

Em maio, Gantz chegou a ameaçar deixar a coalizão de Bibi, como Netanyahu é chamado, caso o premiê não apresentasse um plano para o pós-guerra no território palestino até 8 de junho. “Uma pequena minoria assumiu a ponte de comando do navio estatal israelense e está conduzindo-o em direção às rochas”, afirmou Gantz na ocasião.

O Likud, partido de Netanyahu, reagiu à ameaça afirmando que Israel precisa de união. “A dissolução do governo é uma recompensa para [o líder do Hamas, Yahya] Sinwar, uma rendição às pressões internacionais e um golpe fatal nos esforços para libertar os nossos reféns”, afirmou a sigla em um comunicado.

Sem contar com o Unidade Nacional, a coligação liderada pela sigla de Bibi tem 64 dos 120 assentos do Knesset, o que torna improvável um êxito de Gantz. Mesmo a própria colocação do projeto apresentado nesta quinta em votação no Parlamento é uma possibilidade remota, já que textos rejeitados pelo Legislativo não podem ser levados novamente à pauta por seis meses.

Mesmo sob desgaste da guerra, Netanyahu conserva algum capital de apoio político. Uma pesquisa da emissora Canal 12 divulgada na quarta (29) mostra que a popularidade de Bibi ultrapassou a de Gantz numa próxima eleição. De acordo com o levantamento, 36% preferem o atual premiê no cargo e 30%, o seu rival. É a primeira vez que Netanyahu leva vantagem neste levantamento desde maio de 2023.

Redação / Folhapress

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