SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo do Rio Grande do Sul lançou, na manhã desta sexta-feira (31), um plano para a gestão dos 20 mil animais que estão abrigados após as enchentes que atingiram o estado há pouco mais de um mês. O Plano Estadual de Ações de Resposta à Fauna prevê, entre outras medidas, a castração de animais, microchipagem e cadastro de voluntários.
Segundo a Defesa Civil, já foram resgatados mais de 12,5 mil animais desde o início da crise. Ao longo do mês de maio, a Sema (Secretaria de Meio Ambiente do RS) mobilizou 60 servidores para atuar nas atividades de resgate e realocação de animais, mas os desafios persistem.
O diretor financeiro do Grupo de Resposta a Animais em Desastre (Grad), Enderson Barreto, ajudou a elaborar o plano conjunto e diz que o momento atual exige novos esforços. “Nós passamos da fase de busca, resgate e salvamento para a fase de manutenção desses animais”.
De acordo com a Sema, o estado tem cerca de 20 mil animais em abrigos. “Por mais que esses animais estejam abrigados, eles não estão em condições dignas”, disse Barreto, durante o lançamento do Plano, em Porto Alegre.
Uma das ações previstas pelo governo estadual é a castração de, ao menos, 20 mil animais. O chamado “controle populacional ético de cães e gatos” será realizado com a participação de hospitais veterinários e de universidades parceiras. O serviço será viabilizado pelo Ministério Público, por meio do Fundo para Recuperação de Bens Lesados.
Também haverá o cadastro e a microchipagem de animais, com apoio de voluntários e empresas parceiras. O governo gaúcho recebeu a doação de 3.000 microchips da plataforma AnimallTag e vai atuar em parceria com o Arcanimal, site desenvolvido para apoiar a gestão das doações de animais.
A microchipagem vai permitir o registro de dados como o local em que o animal foi resgatado, informações sobre saúde, características gerais e dados sobre tutores. De acordo com o vice-governador Gabriel Souza (MDB), que é médico veterinário e anunciou a iniciativa, o chip utilizado tem o tamanho de um grão de arroz e o processo de implante é indolor.
A plataforma PetsRS, desenvolvida após as enchentes de setembro de 2023, também vai atuar na resposta conjunta. Coordenada pela Universidade do Vale do Taquari, a iniciativa busca promover o reencontro dos animais com seus tutores.
Também faz parte da resposta o “Whatsapp da causa animal”, chatbot que permitirá a obtenção de informações sobre doações (insumos veterinários, ração, coleiras, etc.) e cadastramento de abrigos. O mesmo canal vai disponibilizar formulários para registro de voluntários. O serviço está disponível no Whatsapp (51) 99486-5180.
Ao final do evento, o diretor financeiro do Grad, Enderson Barreto, chamou atenção para a adoção de animais. “Seria muito ilusório da nossa parte achar que quase 20 mil animais vão encontrar um lar de forma rápida ou que os tutores vão retirá-los. É importante que o Brasil tenha um engajamento muito forte com relação à adoção desses animais”.
JOÃO PEDRO CAPOBIANCO / Folhapress