A ser lançado nas próximas semanas, o livro ‘Suzane – Assassina e Manipuladora’, de autoria do jornalista Ullisses Campbel, conta em detalhes parte da passagem de Suzane – autora de um dos crimes mais conhecidos do país ao matar os pais, em companhia do então namorado – por Ribeirão Preto. Na ocasião, ela acusou um promotor do Ministério Público de assédio sexual.
O caso ocorreu em 2007 e, na época, Suzane estava presa na cidade e pretendia pedir transferência de presídio. Ela foi recebida pelo promotor Eliseu Berardo, que a recebeu. Depois, a criminosa – que cumpre 39 anos de prisão – foi transferida para a Penitenciária Feminina de Tremembé, onde segue cumprindo pena.
A reportagem sobre o livro foi publicada pelo Portal UOL na sexta-feira (17) e trouxe um extenso perfil sobre Suzane.
“Segundo relato de Suzane, a sala estaria transformada em boate, com som dançante e um globo de luz”, escreve Campbel. Na suposta caracterização da sala em boate, o promotor teria colocado músicas “agitadas” para receber Suzane.
Denúncia
De acordo com trecho do livro publicado pelo UOL, “dizendo-se ameaçada por uma detenta, Suzane pede para o promotor Eliseu José Bernardo Gonçalves, da Vara do Júri e de Execuções Criminais em Ribeirão Preto, para mudar de cadeia”.
“Eliseu teria se aproximado para dar um beijo em sua boca, mas a assassina pediu para ir ao banheiro. (…) Ela saiu do gabinete e atravessou a primeira porta que viu aberta. Era a do corregedor. Lá, foi prática: ‘quero registrar uma denúncia de assédio sexual”.
Berardo chegou a ser investigado pela Corregedoria do Ministério Público por conta da acusação de Suzane. Ele chegou a ser suspenso 22 dias pela instituição, que viu má-conduta no fato de Berardo ter recebido a presa sozinho. Não houve qualquer confirmação sobre a denúncia de Suzane.
Questionado pelo UOL, Campbel informou que Suzane fez a denúncia por não precisar mais do promotor. “Ouvi relato de presas, mas não tenho como provar, que beijo é uma metáfora para sexo oral. Algumas me contaram que davam o tal beijo”, disse o jornalista. “Não tenho dúvida que se precisasse, ela teria dado. Mas naquele momento, ela já havia conseguido a mudança de prisão”, declarou.
Outro lado
Procurado, Berardo informou que não comentaria o assunto. Quando o caso foi denunciado, ele negou categoricamente as acusações. Em entrevista ao portal G1, declarou, pouco depois dos fatos, que a situação foi distorcida. “Alguns fatos são verdadeiros. Outros foram distorcidos. Não me apaixonei por ela. Nego com veemência”, disse.
Declarou, ainda, não sentir raiva de Suzane. “Esse episódio acabou com meu relacionamento”, admitindo que a companheira com quem morava o deixou. “Sempre ficou uma dúvida por parte dela. Nunca mais quero ouvir falar dessa moça, mas não sinto raiva”, afirmou ao portal G1.
Confira o trecho do livro publicado pelo Portal UOL
“(…) Suzane foi algemada e entrou em um furgão rumo ao Ministério Público. No gabinete de Eliseu as algemas foram retiradas. Segundo relato de Suzane, a sala estaria transformada em boate, com som dançante e um globo de luzes. Em determinado momento, Eliseu teria tirado o CD de música agitada e posto um com a canção ‘Chega de Saudade’. Segundo Suzane, o promotor teria se declarado apaixonado e lido poesias de sua autoria. ‘Não consigo mais viver sem você’. Eliseu teria se aproximado para dar um beijo em sua boca, mas a assassina pediu para ir ao banheiro. (…) Ela saiu do gabinete e atravessou a primeira porta que viu aberta. Era a do corregedor. Lá, foi prática: quero registrar uma denúncia de assédio sexual”.