Djokovic escapa de eliminação e bate recorde de vitórias em Grand Slams

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – “Novak Djokovic sofre eliminação mais precoce no Aberto da França desde 2009”. “Cerúndolo elimina Djokovic, e Sinner é o novo número um do mundo”. “Djokovic, fisicamente diminuído, cai diante de Cerúndolo”.

Na tribuna de imprensa de Roland Garros, às vezes é inevitável ler os textos dos colegas em volta, e muitos já tinham pronto o epitáfio do tenista número 1 do mundo, que perdia o quarto set por 4/2. Visivelmente com problemas físicos, o sérvio estava a dois games de ser eliminado nas oitavas de final pelo argentino Francisco Cerúndolo.

“Já vi esse filme outras vezes, e Djokovic acaba vencendo em cinco sets”, ponderou outro jornalista. A voz da experiência prevaleceu. Sacando para fazer 5/3, em 30-30, o argentino mandou um revés cruzado, e o sérvio devolveu com outro revés, na paralela, em cima da linha.

A partir daquele momento, a dinâmica do jogo mudou, e Djokovic, 37, conseguiu mais uma de suas escapatórias dignas do ilusionista Harry Houdini, para vencer por 6/1, 5/7, 3/6, 7/5 e 6/3. Cerúndolo, 25, número 27 do ranking, jogou muito bem, mas caiu de produção nos dois últimos sets.

Foi uma partida dramática, em que Djokovic chegou a pedir atendimento médico no segundo set; reclamou algumas vezes de ruídos (um bebê chorando, um assobio, um celular tocando) durante os pontos; e tomou um susto no quinto set ao levar um tombo feio e cair sobre o cotovelo direito.

“A única explicação que eu encontro são vocês”, disse o sérvio, em francês, ao público de Roland Garros, em êxtase após a partida, enquanto os jornalistas trocavam as manchetes: “Djokovic segue adiante após outro feito épico”. “Djokovic, com problemas físicos, supera Cerúndolo em cinco sets”.

Com a vitória, Djokovic se tornou o tenista com mais triunfos na carreira nos quatro torneios do Grand Slam (Abertos da Austrália, França e EUA e Wimbledon): 370, uma a mais que o suíço Roger Federer e três a mais que a americana Serena Williams.

Das três partidas mais longas do torneio deste ano, o sérvio jogou duas: 4h39 contra Cerúndolo e 4h29 contra o italiano Lorenzo Musetti, na rodada anterior -uma partida que terminou às 3h da manhã em Paris, outro recorde em Roland Garros. Ao todo, foram mais de nove horas na quadra central em um período de 48 horas.

A organização do torneio foi criticada por submeter jogadores e público a um horário tão tardio. Djokovic teria ficado sem treinar entre os dois jogos – e ainda teve que comparecer a um evento promocional, uma partida de pétanque, a versão francesa da bocha, no Bois de Boulogne, parque ao lado do clube de tênis de Roland Garros.

Se perdesse, Djokovic cederia o posto de número um do ranking mundial para o italiano Jannik Sinner – que também avançou às quarttas de final de Roland Garros.

ANDRÉ FONTENELLE / Folhapress

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