SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça de São Paulo soltou nesta terça-feira (4) dois diretores da empresa de ônibus Transwolff, acusada pelo Ministério Público de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Dono da empresa, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, e Róbson Flares Lopes Pontes estavam presos desde 9 de abril, quando a Promotoria deflagrou a operação Fim da Linha. O contador Joélson Santos da Silva, que está detido, ainda não teve o habeas corpus julgado.
O juiz acatou o argumento da defesa de que a Transwolff está sob intervenção da prefeitura e, portanto, os acusados não poderiam atrapalhar as investigações.
Agentes da SPTrans (São Paulo Transportes) foram designados a gerir a empresa após o afastamento dos dirigentes, em 9 de abril.
Na mesma operação, foi preso também Alexandre Salles Brito, sócio da UPBus, outra empresa de ônibus investigada por ligação com o crime organizado. Ele foi preso por porte ilegal de armas.
A mesma investigação pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal do presidente da Câmara Municipal, o vereador Milton Leite (União Brasil). Segundo os promotores, Leite teve “papel juridicamente relevante na execução dos crimes sob apuração” envolvendo a Transwolff.
Procurado, o vereador disse que desconhece a quebra de sigilo pela Justiça, mas coloca todos os dados à disposição da Promotoria. Diz, ainda, que é apenas testemunha nesse caso e critica o que chama de “ilações de terceiros”.
O suposto envolvimento de dinheiro do crime organizado com o sistema de transporte público paulistano foi apontado pelos promotores em transação ocorrida em 2015, quando a Transwolff precisou de um grande aporte financeiro para participar de uma licitação municipal.
No total, 26 são acusados de integrar esquema de lavagem de dinheiro do crime organizado por meio de empresas de ônibus donas de contratos com a administração municipal de São Paulo.
MARIANA ZYLBERKAN / Folhapress