SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ataques a prédios da ONU em Gaza não podem se tornar “nova norma” na guerra, afirmou o comissário-chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA). Philippe Lazzarini afirmou que as alegações de Israel são “chocantes”.
O bombardeio que deixou ao menos 35 mortos em uma escola desrespeita as leis do Direito Humanitário Internacional, declarou Philippe Lazzarini. O comissário-geral da agência falou sobre o assunto em pronunciamento nas redes sociais na manhã desta quinta-feira (6).
A escola, localizada no campo de refugiados de Nuseirat, abrigava mais de 6 mil pessoas no momento do ataque. Segundo o órgão, não houve qualquer aviso sobre o bombardeio, registrado na região central do enclave.
Organização não conseguiu confirmar informação de que a escola abrigava membros do Hamas. Esta foi a justificativa dada por Israel para o bombardeio.
Causadores do ataque devem ser responsabilizados, afirmou comissário. “Isso tem que parar”, disse Lazzarini em nota.
“Mais um flagrante da violação do Direito Humanitário Internacional”, diz Oxfam. Em pronunciamento sobre o ataque israelense, o Comitê de Oxford para Alívio da Fome afirmou que Israel quebra a lei sucessivamente e que “líderes mundiais precisam parar essa carnificina”.
Mais de 180 prédios da UNRWA foram bombardeados por Israel em Gaza desde 7 de outubro. Nesses ataques, mais de 450 refugiados que buscavam abrigo em local seguro morreram, segundo dados da agência.
Atacar, mirar ou usar prédios da ONU para propósito militar são um desrespeito grotesco do Direito Humanitário Internacional. Os funcionários, as instalações e as operações da ONU devem ser sempre respeitadas.
Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, em pronunciamento
BOMBARDEIO DEIXOU AO MENOS 35 MORTOS
A escola Al-Sardi, administrada pela UNRWA, foi atingida “nas primeiras horas da manhã”. As informações foram dadas por testemunhas a agências internacionais.
Mulheres e crianças estão entre as vítimas. Segundo relatos, mísseis atingiram o segundo e terceiro andar do edifício. Além das dezenas de mortos, há pelo menos 73 feridos, segundo o Ministério de Saúde local.
Redação / Folhapress