Dólar passa a subir e bate os R$ 5,37 antes de decisão de juros nos EUA; Bolsa oscila

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Apesar de ter começado o dia em leve queda, o dólar virou e passou a operar em alta nesta segunda-feira (10), enquanto investidores aguardam novos dados de inflação dos Estados Unidos e a decisão sobre juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que serão divulgados nesta semana. Na máxima do dia, a divisa chegou a atingir os R$ 5,373.

A expectativa é que o banco central americano mantenha as taxas inalteradas, mas há dúvidas sobre sinalizações da autoridade monetária sobre os próximos passos do juros americanos. Há temores, inclusive, de que não ocorra nenhuma redução nas taxas neste ano, o que tornaria o cenário ainda pior para os mercados globais.

Às 10h10, o dólar subia 0,86%, cotado a R$ 5,371, enquanto o Ibovespa caía 0,14%, aos 120.586 pontos.

“Ruídos temporários foram responsáveis pela maior parte da performance negativa do real na semana passada. Embora acreditemos que haverá um alívio no curto prazo, o real pode continuar abaixo de seus pares depois da reunião do Fed”, avaliou Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Os investidores também estarão atentos nesta semana à divulgação de uma série de dados econômicos que devem moldar suas expectativas para o futuro das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

Na quarta-feira (12), o Departamento de Trabalho dos EUA divulgará dados de preços ao consumidor, com expectativa de analistas consultados pela Reuters de desaceleração em direção a uma alta de 0,1% ao mês, ante o ganho de 0,3% em abril.

No cenário nacional, o IBGE divulgará na terça-feira os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para maio. Analistas consultados pela Reuters esperam uma aceleração ligeira na base mensal, a 0,42%, ante 0,38% no mês anterior.

Os mercados ainda analisam comentários de membros do Banco Central, como o presidente Roberto Campos Neto, que fará palestra ainda nesta manhã.

Mais cedo, analistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus elevaram mais uma vez sua projeção para o IPCA ao fim deste ano e do próximo, mantendo estável a expectativa sobre a taxa Selic.

Na sexta (7), o dólar registrou forte, disparando 1,43% após a divulgação de dados de emprego mais fortes que o esperado nos Estados Unidos e em meio a temores sobre a situação fiscal do Brasil. Com isso, a moeda americana fechou a sessão cotada a R$ 5,324, renovando seu maior valor desde janeiro de 2023.

Rumores sobre uma possível mudança no arcabouço fiscal, que passaram a circular após uma reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com integrantes do setor financeiro, também afetaram o mercado, elevando os juros.

O relatório de emprego americano, conhecido como “payroll”, mostrou que foram criadas 272 mil novas vagas de trabalho nos EUA em maio, bastante acima das expectativas de 180 mil postos de economistas consultados pela Bloomberg. A taxa de desemprego, por outro lado, subiu levemente, de 3,9% para 4%.

Os novos dados vieram na contramão de números secundários divulgados nesta semana que mostraram desaceleração da economia americana e deram otimismo momentâneo a investidores.

Foi durante a tarde, no entanto, que os contratos futuros aceleraram, enquanto o mercado acompanhava sinalizações do ministro Fernando Haddad sobre o futuro da política econômica do Brasil.

No fim da tarde, os contratos de juros com vencimento em janeiro de 2025 iam de 10,44% para 10,59%, enquanto os para 2027 subiam de 11,16% para 11,62%. Nas curvas mais longas, os juros para 2029 saíam de 11,58% para 11,95%.

A alta nas curvas derrubou ainda mais o Ibovespa, que caiu 1,73%, fechando aos 120.767 pontos nesta sexta.

Redação / Folhapress

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