RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – No desabafo de Renato Gaúcho contra a falta de apoio dos clubes aos times do Rio Grande do Sul, apenas um foi poupado publicamente das críticas: o Botafogo. O treinador disse que o clube alvinegro “fechou” com o Grêmio, e que a grande maioria decepcionou. Mas afinal, o que o clube do Rio de Janeiro fez para passar ileso com o técnico?
MAIS QUE SOLIDARIEDADE
O Botafogo abriu mão de mandar seu jogo contra o Grêmio no Nilton Santos (RJ). O time alvinegro fechou acordo para atuar as duas partidas em campo neutro. O primeiro duelo é já no próximo dia 16, com mando dos gaúchos, e será realizado no estádio Kléber Andrade, em Cariacica (ES). O segundo, com mando dos cariocas, ainda não tem local definido, mas já está certo que não será no estádio alvinegro. A tendência é que aconteça novamente em terras capixabas.
O Botafogo também mobilizou os demais clubes a paralisar o Campeonato Brasileiro. Com autorização do dono da SAF, John Textor, o CEO, Thairo Arruda, foi quem tomou frente das negociações.
O time alvinegro fez contatos com o Internacional e o Juventude, os outros dois clubes gaúchos na Série A. No entanto, os locais dos jogos entre as equipes ainda estão indefinidos.
“É lógico que cada presidente tem toda liberdade de tomar a decisão que bem entende, mas nessas horas a gente viu quem era quem. O Botafogo, por exemplo, fechou conosco, viu os problemas que estávamos passando. Estou dando um como exemplo. Ninguém tá pedindo para os clubes ficarem com peninha e darem pontos pra gente. Não, não queremos isso. Mas acho que, juntando a força de todos os clubes, a decisão poderia ser um pouquinho diferente para nosso estado, mas não foi dessa forma. O Botafogo, o presidente que contou para mim, fechou conosco. E praticamente ficou por aí. Essa que é a realidade. Mas essa dor de barriga não dá uma vez só, não”, disse Renato Gaúcho.
15 CLUBES FORAM A FAVOR DA PARALISAÇÃO
Dos 20 clubes da Série A, 15 foram a favor da paralisação do Campeonato Brasileiro. Foram eles: Athletico-PR, Atlético-GO, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Juventude, Vasco e Vitória
O Red Bull Bragantino disse ter sido a favor da pausa. No entanto, em nota oficial, o Massa Bruta alegou ter sido ignorado pela CBF na relação.
Flamengo, Palmeiras e São Paulo se posicionaram publicamente contra a paralisação, apesar de não responderem oficialmente o ofício. O Corinthians, por sua vez, não se manifestou e nem respondeu ao ofício.
“A única coisa que me chateia é que todo mundo vê as nossas dificuldades e os clubes não fecharam. E dor de barriga não dá uma vez só. Gostaria de ver um problema desses em São Paulo ou no Rio. Gostaria de ver o que os presidentes dos clubes iriam fazer. E o que o presidente da CBF iria fazer. Resumindo, é cada um com seus problemas, se vira. Por isso que nos fechamos com nosso torcedor, juntamente com nosso presidente, diretoria, jogadores, comissão… Somos profissionais e estamos correndo atrás. Até porque somos pagos para isso. Mas, volto a falar, a decepção ficou. Não de todos os clubes, mas da maioria. E, como falei e volto a repetir: espero que não aconteça em nenhum outro estado. Mas dor de barriga não dá uma vez só. Pode ter certeza”, disse o técnico do Grêmio.
BRUNO BRAZ / Folhapress