SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira registrava alta desde o início da manhã desta terça-feira (11) enquanto investidores repercutiam novos dados de inflação no Brasil. O mercado também segue aguardando a próxima decisão de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), marcada para quarta (12).
Já o dólar teve um dia mais instável: começou a sessão em queda, passou a oscilar próximo da estabilidade e engatou alta no meio da tarde, caminhando para ultrapassar a marca de R$ 5,36.
No Brasil, com pressão dos preços dos alimentos, a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou a 0,46% em maio, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A variação veio após taxa de 0,38% em abril e já reflete impactos das chuvas no Rio Grande do Sul, segundo o instituto.
O novo resultado (0,46%) ficou acima da mediana das projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam IPCA de 0,42% em maio.
No acumulado de 12 meses, a inflação acelerou a 3,93%, apontou o IBGE. Nesse recorte, o índice estava em 3,69% até a divulgação anterior. Em 12 meses, o IPCA vinha em trajetória de desaceleração desde outubro de 2023.
“O resultado de hoje foi desfavorável, ao não confirmar algumas boas informações que tinham sido observadas no IPCA-15 de maio especialmente em relação à alimentação”, diz Rafael Costa, analista da BGC Liquidez.
Agora, o mercado estará atento a possíveis revisões para cima da projeções para a inflação brasileira no fim do ano, além de possíveis impactos da alta de preços na Selic (taxa básica de juros).
No cenário internacional, a decisão sobre juros do Fed segue como principal foco de investidores nesta semana. O banco central americano deve manter as taxas inalteradas, mas há dúvidas sobre as próximas sinalizações da autoridade monetária.
“A agenda econômica internacional trouxe dados mistos para a economia [dos EUA], mas o início da queda de juros na Europa gerou otimismo nos mercados emergentes. No mercado de renda fixa, a atenção agora se volta para o tom do comunicado após a decisão de juros nos Estados Unidos”, diz a equipe da Levante Investimentos.
Às 14h40, o Ibovespa subia 0,52%, aos 121.389 pontos, enquanto o dólar tinha alta de 0,22%, cotado a R$ 5,368.
“Hoje o dia tende a uma menor volatilidade, considerando os dados importantes a serem divulgados amanhã, podendo haver inclusive uma correção leve da alta que observamos nos últimos dias”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
Na segunda (10), o dólar voltou a subir e atingiu a marca de R$ 5,356, numa alta de 0,57%, renovando mais uma vez seu maior valor desde janeiro de 2023. Como pano de fundo, houve cautela de investidores à espera justamente do anúncio de política monetária do banco central americano.
A expectativa é a de que o Banco Central americano mantenha as taxas inalteradas, mas há dúvidas sobre sinalizações da autoridade monetária sobre os próximos passos do juros americanos. Há temores, inclusive, de que não ocorra nenhuma redução nas taxas neste ano, o que tornaria o cenário ainda pior para os mercados globais.
Na Bolsa brasileira, o Ibovespa registrou alta durante boa parte do dia, mas fechou a sessão estável aos 120.759 pontos, segundo dados preliminares. O índice foi favorecido pela alta das commodities, mas o clima de cautela antes do Fed pesou contra os negócios.
Em Wall Street, os índices acionários abriram em queda, mas conseguiram se recuperar ao longo do dia. Os índices S&P 500 e Nasdaq registraram recordes de fechamento, com altas de 0,26% e 0,35%, respectivamente. Já o Dow Jones teve um avanço mais tímido, de 0,18%.
Pela manhã, o BC divulgou seu boletim Focus, que reúne previsões de economistas para indicadores do Brasil. Pela quinta semana consecutiva, a pesquisa mostrou alta nas projeções para a inflação neste ano, com aumento de 0,02 ponto percentual. As expectativas para a Selic (taxa básica de juros) foram mantidas em 10,25%.
Redação / Folhapress