O caso da bebê recém-nascida encontrada dentro de uma caixa de papelão por um casal, em São José dos Campos, teve uma reviravolta. De acordo com a Polícia Civil, o próprio pai da criança teria inventado a história do abandono após o nascimento, no último domingo (9).
Inicialmente, um menor de idade, de 16 anos, teria dito às autoridades que encontrou a recém-nascida abandonada em uma caixa de papelão no bairro Santa Cecília 1, região sudeste da cidade. A criança foi levada até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Putim pelo adolescente, juntamente com sua irmã, quando teriam inventado toda uma história de abandono.
No entanto, houve uma reviravolta no caso nesta terça-feira (11). O adolescente que teria encontrado a criança, e sua companheira, de 17 anos, seriam os pais da bebê. As famílias de ambos foram localizadas pela Polícia Civil e prestaram depoimento, esclarecendo a história.
“No começo estávamos trabalhando com as informações contidas no boletim de ocorrência. Só que alguns incongruências estavam ocorrendo, nós chegamos a conclusão que alguma coisa não estava sendo verdadeira. Conseguimos encontrar o pai da criança e as avós, quando indagamos a respeito da gravidez, todo mundo informou que não sabia da suposta gravidez, mas que a menina estaria internada no Pronto Socorro da Vila com alguma dor. Fomos até o PS da Vila e descobrimos realmente que foi ela a mãe, que pariu a criança. Ela argumentou que não sabia, sentiu algumas dores, tomou um remédio e na hora de tomar banho acabou expelindo a criança”, explicou o delegado Régis Germano.
Em entrevista à TV Thathi SBT, o delegado da Polícia Civil disse ainda que após o parto, assim que o adolescente viu que a criança nasceu, junto com a irmã mais velha, cortaram o cordão umbilical, e resolverem levar a recém-nascida até à Unidade de Pronto Atendimento. Ao chegar no hospital, eles teriam inventado essa história do abandono para tentar omitir a gravidez.
A avó materna da bebê, que também conversou com a equipe de reportagem, disse que a filha teria dado à luz no último domingo (9), no banheiro da casa da sogra.
“De sexta até o domingo, ela estava sentido cólica, uma cólica que ia e voltava, mas ela não entendia aquela cólica. Quando foi no sábado para domingo começou a piorar muito, ela não aguentou, a dor estava muito forte e ela colocou a mão por baixo, sentido que algo estava saindo, quando ela começou a gritar. Ele no desespero pegou a tesoura e cortou o ‘umbiguinho’, enrolaram a criança na toalha, vestiram ela e mesmo ela estando sonolenta e desorientada, colocaram ela no carro e levaram ela correndo para à UPA. Como lá dentro eles ficaram com medo de falar, que era filha dele com a minha filha que estava no carro, eles inventaram essa história, que encontraram a criança em uma caixinha e levaram para lá”, contou Lusinete Fructuoso, avó materna da criança.
A recém-nascida permanece internada no Hospital Municipal da Vila Industrial, mas deve receber alta ainda nesta quarta-feira (12). A mãe da criança também permanece internada, sem previsão de deixar o hospital.
A Polícia Civil continua investigando o caso e vai pedir exames para comparar se os depoimentos prestados pelo pai da bebê, menor de idade, e das famílias se confirmam.
“As investigações continuam, requisitamos alguns exames para saber se ela tomou um abortivo ou não. Requisitamos ofício ao sistema SUS para saber se houve algum pré-natal anteriormente, para saber se realmente ela não tinha conhecimento dessa gravidez. Então, há todo um caminho para se perseguir, porque caso haja prova contrária, podemos estar diante de uma tentativa de aborto ou tentativa de infanticídio”, explicou o delegado.
Veja a reportagem de Beatriz Plaça no programa Tá Na Hora Vale:
