Mercadante defende ‘esforço fiscal’ e diz que BNDES vai pagar mais dividendos à União

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira (12) que a instituição aumentará o repasse de dividendos previsto para o Tesouro Nacional até o final deste ano. A decisão faz parte do que ele chamou de necessidade de “esforço fiscal” no país.

Agora, o BNDES pretende repassar o equivalente a 50% dos dividendos de 2023 para o Tesouro –antes, a ideia era 25%.

“Temos um desafio fiscal grande. Então, o BNDES está aumentando em 50% os dividendos a serem pagos para o Tesouro, R$ 15 bilhões. Queremos participar do esforço fiscal e continuar tendo mais recurso para permitir a estabilidade econômica”, afirmou Mercadante.

A declaração ocorreu durante a participação do presidente do BNDES no evento FII Priority Summit, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O encontro é organizado pelo principal fundo da Arábia Saudita. Empresários brasileiros e árabes marcam presença.

Mercadante procurou destacar indicadores que apontam para uma atividade econômica aquecida com desemprego baixo no Brasil, mas disse a jornalistas que o país vive um “problema importante” nas finanças públicas.

“Temos de ajudar nesse esforço fiscal. O BNDES está aumentando para 50% o pagamento de dividendos. Estamos indo para R$ 15 bilhões, quase R$ 16 bilhões. Estamos tirando recurso do nosso capital, o que não é fácil, mas estamos contribuindo mais com o Tesouro”, disse.

A gestão de Mercadante no BNDES já defendeu pagar apenas o patamar mínimo obrigatório de dividendos, que é de 25%. A ideia seria garantir capacidade para o banco atuar como financiador de projetos na economia.

Nesta quarta, porém, Mercadante negou que repassar 50% dos dividendos colocará em xeque os financiamentos do banco. “Não compromete. Temos reservas estratégicas que permitem essa atitude”, disse.

O anúncio desta quarta vem em meio a uma preocupação crescente do mercado financeiro a respeito da trajetória das contas públicas.

“Temos um problema importante, que é o problema das finanças públicas, da relação dívida-PIB. Precisamos crescer para resolver essa situação. Todos têm de dar sua contribuição, e o BNDES está dando a sua”, declarou Mercadante.

LEONARDO VIECELI E ITALO NOGUEIRA / Folhapress

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