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Com queda nos casos, Campinas encerra estado de emergência para dengue

Marcela Gomes
Marcela Gomes
Chefe de redação na Thathi Record Campinas e editora-chefe do Balanço Geral. Apaixonada por jornalismo, com especialização em Mídia e Tecnologia e pós graduação em Semiótica. Mãe do Nietzsche (o cão, não o filósofo) e do Luck, meu "Felix Felicis".
Com 30 mortes por dengue, Campinas tem 17º mutirão neste sábado
Foto: Rogério Capela | Prefeitura de Campinas

A prefeitura de Campinas anunciou na manhã desta sexta-feira, 14, que encerrou o decreto que colocava o município em estado de emergência para dengue. A medida teve início no dia 07 de março, porém, segundo a Secretaria de Saúde, a queda no número de casos motivou o encerramento da medida. O pico ocorreu entre os dias 7 e 13 de abril.

O decreto para revogar a medida deve ser publicado em Diário Oficial na segunda, 17. Entre janeiro e quinta, 13, a Secretaria de Saúde registrou 107.557 casos e 37 mortes.

O que muda para a população?

O fim do estado de emergência está relacionado à capacidade de resposta do Município para enfrentamento da dengue. Neste momento, a Secretaria de Saúde constatou que há diminuição gradativa dos casos confirmados desde 5 de maio, por conta da redução das temperaturas. As estatísticas estão disponíveis para consulta no Painel Interativo de Arboviroses, pelo link: https://campinas.sp.gov.br/sites/arboviroses/painel-de-monitoramento

Para a população, portanto, isso significa inicialmente melhora no cenário epidemiológico.

A situação de emergência permitia ao Município adotar todas as medidas administrativas e assistenciais necessárias à contenção do aumento de casos de dengue. Isso garantiu, por três meses, maior agilidade na compra de insumos como soro e de materiais para nebulização, além do pagamento de horas extras para reforçar a assistência, neste caso por meio da abertura de mais centros de saúde ou ampliação de horário aos sábados.

Neste contexto, a análise técnica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), com pareceres do Departamento de Saúde (DS) e da Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência, é de que Campinas consegue realizar as ações de combate e prevenção à dengue, além de assistência em saúde aos pacientes, sem precisar de medida excepcional.

Casos (até 11 de junho)

  • janeiro – 3.993
  • fevereiro – 12.350
  • março – 28.644
  • abril – 33.528
  • maio – 26.725
  • junho – 1.278

Taxa de letalidade (até 11 de junho)

  • Brasil: 3.993.254 casos, 3.643 óbitos e taxa de 0,09
  • Estado: 1.492.248 casos, 1.086 óbitos e taxa de 0,07
  • Campinas: 106.518 casos, 35 óbitos e taxa de 0,03

A cidade continua em epidemia?

Campinas permanece em epidemia, uma vez que a ocorrência de casos de dengue segue acima do esperado e, portanto, corresponde a parâmetros técnicos para esta classificação.

“Houve uma queda expressiva de casos não se justificando mais as ações emergenciais, porém, ainda estamos em epidemia. Temos muitos casos e precisamos da população para controle de criadouros”, destacou a diretora do Devisa, Andrea von Zuben.

Neste ano, a epidemia é nacional e dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história, e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, sobretudo por conta de sucessivas ondas de calor entre outubro e início de maio.

O que foi feito e como fica?

A Secretaria de Saúde já previa uma nova epidemia desde o fim de 2023 e, por isso, foram desencadeadas diversas medidas para o enfrentamento da doença, sendo parte delas consideradas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à dengue e que acabaram copiadas por outros municípios, como uso de drones para tentar localizar grandes criadouros em imóveis que permanecem fechados ou em situação de abandono.

Além disso, a Administração fez um alerta de que o total de casos poderia ultrapassar a marca de 100 mil casos por conta do perfil inédito da epidemia deste ano.

O secretário de Saúde, Lair Zambon, enfatizou que a Pasta garantiu assistência para todos os pacientes com sintomas de dengue e, ao mesmo tempo, manteve condições para receber casos que envolvem as demais doenças, incluindo demandas represadas desde o período mais crítico da pandemia de covid-19. Entre os avanços, ele pontuou a consolidação do uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência.

Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebeu, via WhatsApp, mensagem do chatbot – assistente virtual Ana – que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. O sistema enviou 112.563 comunicados aos telefones dos pacientes e 38.676 usuários responderam. Neste grupo de interações, 13.784 (35,6% do total) foram orientados a retornar ao serviço de saúde.

“Isso mostra que, com a inteligência artificial, foi possível prevenir uma série de casos graves e até óbitos por dengue. Um em cada três pacientes apresentou sinal de alerta ou hidratação inadequada, ou até mesmo as duas situações, e foi orientado a ir até uma unidade de saúde para novo acompanhamento. Acreditamos que a popularização do recurso irá ampliar e qualificar cada vez mais o SUS Municipal”, explicou Zambon.

Entre os pacientes que receberam comunicados com mensagem para procurar nova assistência, 11.470 relataram presença de sinais de alerta, e 1.218 sinalizaram falta de hidratação adequada. Já as duas situações foram mencionadas por 1.096 pacientes.

O desfecho óbito depende de fatores como procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e fatores individuais do paciente, como doenças preexistentes.

Ações em números (até 11 de junho)

  • Controle de criadouros: 799,9 mil imóveis visitados
  • Nebulização: cobertura de 122,2 mil imóveis
  • Pontos estratégicos e imóveis especiais: 2,1 mil imóveis visitados
  • Atendimentos de denúncias: 2,4 mil
  • Mutirões aos sábados: 83,4 mil imóveis de 133 bairros visitados até o 19º

A Prefeitura mantém mutirões contra a dengue, com objetivo de eliminar criadouros do mosquito e orientar a população, funcionamento da Sala de Situação para análise sistemática sobre a doença e atualização diária do Painel de Arboviroses.

O diretor da Defesa Civil, Sidnei Furtado, ressaltou a transparência da Administração e o trabalho intersetorial para alcançar os resultados. Para ele, o processo de prevenção à dengue tende a ser tratado cada vez mais como uma questão da Região Metropolitana.

Neste contexto, o diretor da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni, lembrou que a epidemia de dengue elevou a demanda por assistência nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e hospitais Mário Gatti e Ouro Verde. Além disso, em relação ao total de assistidos, quase 30% são residentes de outros municípios. “Temos que começar a redesenhar a regionalização”.

Sem emergência, fim da preocupação?

Como a cidade permanece nesta classificação, as medidas de prevenção e combate precisam ser contínuas e realizadas o ano todo, incluindo as estações mais frias. Além disso, o objetivo é evitar novo aumento expressivo de casos quando as condições climáticas estiverem ainda mais favoráveis à proliferação do mosquito.

A melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.

Orientações sobre assistência

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

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