SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu em alta nesta segunda-feira (16), iniciando uma semana que será marcada por uma nova decisão sobre juros no Brasil, com divulgação prevista para quarta (19). Às 9h08, a divisa norte-americana à vista subia 0,38%, a R$ 5,401 na venda.
A expectativa é que o Copom (Comitê de Política Monetária) decida por unanimidade manter a Selic (taxa básica de juros do Brasil) no atual nível de 10,50% ao ano.
Na projeção, pesa o cenário de deterioração das expectativas de inflação, depreciação do real frente ao dólar, percepção de maior risco fiscal e incerteza externa, além da atividade econômica resiliente.
Na visão de analistas ouvidos pela Folha de S.Paulo, um novo racha entre os membros do colegiado, como ocorreu em maio, provocaria mais ruído no mercado e colocaria a credibilidade do BC na mira. Por isso, a previsão é de uma votação sem divergências e um comunicado mais coeso.
Na última sexta (14), o dólar registrou leve alta de 0,27% e terminou o dia cotado a R$ 5,381, com a percepção de risco fiscal do país ainda no radar de investidores. Já a Bolsa brasileira teve variação positiva de 0,07%, fechando praticamente estável aos 119.662 pontos.
Na semana passada, a moeda americana acumulou alta de 1,07%, e o Ibovespa, recuo de 0,91%.
O dólar obteve ganhos contínuos contra o real em meio às preocupações do mercado com a área fiscal, fomentadas por derrotas do governo no Congresso, declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ruídos em torno da estabilidade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no cargo.
A divisa norte-americana fechou acima de R$ 5,40 na quarta-feira (12) pela primeira vez desde janeiro de 2023, à medida que os investidores perdiam confiança no compromisso fiscal do governo.
Também houve aumento na percepção de que Haddad, um defensor do ajuste das contas públicas dentro do Executivo, perdia força em meio às pressões vinda tanto de dentro do governo quanto de parlamentares, o que só foi contido por falas de Lula na quinta-feira exaltando o trabalho ministro.
Apesar de o dólar devolver alguns de seus ganhos na véspera, quando encerrou o dia cotado a R$ 5,36, em baixa de 0,66%, os fatores políticos da semana bloquearam o maior apetite por risco visto no exterior, onde cresce o otimismo pelo futuro da política monetária dos Estados Unidos.
Redação / Folhapress