Netanyahu dissolve gabinete de guerra em Israel em meio a pressão da ultradireita

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, dissolveu o gabinete de guerra, disse um funcionário do país nesta segunda-feira (17). A medida era esperada após a saída de dois dos seis membros do órgão formado após o início do conflito.

Benny Gantz e Gadi Eisenkot, ambos da aliança de centro-direita Unidade Nacional, renunciaram a seus cargos na semana passada após discordâncias no rumo da guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza. A decisão foi comunicada a outros membros do governo em uma reunião deste domingo (16), de acordo com o funcionário.

Com a decisão, Bibi, como o premiê é conhecido, impede que a ala mais extremista do governo ganhe assentos no órgão —o que desagradaria aliados importantes, com os Estados Unidos— e reafirma seu controle nas tomadas de decisão do conflito, que já dura oito meses.

Chefe do governo mais à direita da história de Israel, Netanyahu havia chamado setores moderados para compor a coalizão após o início da guerra. Na época, o movimento foi uma tentativa de unir um país que vivia uma grave crise política e era palco de manifestações que reuniam dezenas de milhares de pessoas.

Um dos representantes de centro no gabinete era Gantz, um ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa que aparece como principal adversário de Netanyahu em pesquisas de opinião.

O político já havia prometido, no final de maio, deixar a coalizão caso o premiê não apresentasse um plano para o pós-guerra no território palestino. Ao anunciar sua saída, ele afirmou que Bibi estava impedindo Israel de “avançar em direção a uma verdadeira vitória”.

Desde então, as discussões sobre a guerra têm sido conduzidas por Netanyahu em conjunto com seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, e assessores próximos, disse o funcionário de Israel sob condição de anonimato ao The New York Times.

A decisão desta segunda, portanto, foi simbólica e estratégica —após a saída dos centristas, o premiê enfrentava pressão para incluir nas cadeiras vacantes representantes ala de ultradireita da coalizão do governo, que inclui os ministros Bezalel Smotrich (Finanças) e Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional).

Decisões importantes sobre a guerra, porém, ainda serão submetidas a um gabinete de segurança que inclui Ben-Gvir e Smotrich. Ambos argumentam que a ofensiva militar de Israel em Gaza deve continuar até que o Hamas seja destruído.

Redação / Folhapress

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