Tiro que matou Eloah, 5, dentro de casa no Rio partiu de PM, conclui inquérito

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Corregedoria da Polícia Militar concluiu que o tiro que matou a menina Eloah da Silva dos Santos, 5, em agosto do ano passado, na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro, partiu da arma de um PM. A corporação informou que o caso corre sob sigilo.

O inquérito foi concluído em setembro do ano passado e encaminhado ao Ministério Público. A informação foi antecipada pelo jornal Extra, nesta segunda-feira (17), e confirmada pela Folha de S.Paulo com a Polícia Civil.

A investigação apontou que o autor do disparo é o terceiro-sargento André Luiz de Oliveira Muniz. O agente está preso por outro motivo, que não foi esclarecido pela polícia. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Muniz.

De acordo com a Polícia Civil, o policial militar foi indiciado por suspeita de homicídio qualificado.

Eloah brincava no quarto de casa, no morro do Dendê, quando o tiro a acertou. De acordo com a Secretaria de Polícia Militar, equipes faziam patrulhamento na região quando tentaram abordar dois homens em uma motocicleta.

Segundo a PM, o ocupante de carona da moto carregava uma pistola e teria disparado contra os policiais, que teriam revidado. O adolescente foi atingido e encaminhado em estado grave para o Hospital Municipal Evandro Freire, onde já chegou morto.

Após a morte na ação policial, moradores da comunidade do Dendê protestaram e queimaram dois ônibus. No momento do protesto, Eloah foi atingida.

Na semana passada, também na Ilha do Governador, a adolescente Ana Beatriz Barcelos Nascimento, 13, foi baleada quando voltava da aula de balé, na noite desta quinta (13).

Ana Beatriz estava acompanhada da tia quando, na mesma região, ficou no meio do tiroteio e foi atingida. A Polícia Militar disse que fazia patrulhamento para combater suposta extorsão a motoristas de aplicativo feita por traficantes quando os agentes foram atacados a tiros e revidaram.

A menina continua internada, e a família pediu doações de sangue.

ALÉXIA SOUSA / Folhapress

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