Dólar tem leve alta antes de nova decisão sobre juros no Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar registra leve alta na manhã desta quarta-feira (19), o enquanto o mercado aguarda a divulgação da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), que deve anunciar no início da noite a nova Selic (taxa básica de juros).

A previsão do mercado é que os diretores mantenham a taxa no atual nível de 10,50% ao ano, encerrando o ciclo de cortes de juros iniciado em agosto. Além disso, analistas também esperam que a decisão seja unânime, evitando a forte divisão observada na última reunião.

Na ocasião, os quatro diretores indicados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votaram a favor de um corte de 0,50 ponto percentual na Selic. Prevaleceu, no entanto, a decisão das outras cinco autoridades, que votaram por uma redução menor, de 0,25 ponto.

O racha causou temores de uma possível interferência política no BC, em especial a partir do ano que vem, quando a maioria do Copom será composta por indicados do governo.

Na terça (18), o presidente Lula desferiu críticas a Roberto Campos Neto, chefe do BC, aumentando ainda mais a tensão.

“Antes da decisão, o mercado monitora as declarações de Lula, que estará com Fernando Haddad na posse da CEO da Petrobras, Magda Chambriard, e possíveis propostas de cortes de gastos, que enfrentam resistência”, diz a equipe da Guide Investimentos.

Às 9h10, o dólar subia 0,18%, cotado a R$ 5,442.

Na terça (18), o dólar subiu 0,20% e atingiu R$ 5,432, virando no fim da sessão após ter passado a maior parte do dia em queda, enquanto o mercado, sob cautela, se preparava para a decisão do Copom.

Com o fechamento de terça, a moeda americana renovou seu maior valor desde janeiro de 2023.

Na Bolsa, o Ibovespa subiu 0,41%, aos 119.630 pontos.

O mercado também repercutiu críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em entrevista à rádio CBN, Lula afirmou que Campos Neto tem lado político e trabalha para prejudicar o país. O chefe do Executivo também criticou a taxa de juros.

“O presidente do Banco Central, que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país”, afirmou.

Redação / Folhapress

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