Funcionário de filho de Pitanguy diz que foi agredido por mulher que ficou à deriva

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um funcionário de Helcius Pitanguy registrou um boletim de ocorrência contra a psicóloga Cristiane Correa Santa Catarina, 53, nesta terça (18), por suposta ameaça e injúria. Ele disse que foi agredido com um remo.

A queixa foi realizada após a mulher afirmar a investigadores da Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) que Helcius a teria xingado na Ilha dos Porcos, no Rio de Janeiro. Ela relatou ter ficado à deriva ao tentar fugir da ilha.

O registro de Cristiane é investigado com injúria, ou seja, quando há ofensa à dignidade de alguém. Já a queixa do funcionário é tratada como ameaça e injúria. Ambos procedimentos estão em sigilo, mas a Folha teve acesso aos conteúdos dos registros.

O advogado de Cristiane, Dikson Beloniel, afirmou que ainda “não teve acesso ao procedimento criminal” e, por enquanto, não irá se posicionar. Já a defesa de Helius, Rafael de Piro, diz que seu cliente “jamais a destratou, tendo-a recebido, e a seus convidados, no final de semana com alegria e cordialidade”.

A família Pitanguy tem a concessão da Ilha dos Porcos, onde possui uma residência. A ilha está localizada na costa sul do Rio de Janeiro, distante cerca de 2,5 quilômetros do continente. Cristiane estava hospedada na ilha desde quinta (13) a convite de Helius, que seria seu amigo há 12 anos. Ele é um dos filhos de Ivo Pitanguy, cirurgião plástico que morreu em 2016, aos 93 anos.

A psicóloga afirmou à polícia que, após uma discussão com Helcius, no sábado (15), onde teria sido xingada, ela tentou sair da ilha com o uso de uma prancha de stand up paddle. A mulher ficou à deriva no mar de Angra.

Ela chegou ao continente após uma segunda abordagem de funcionários de Helcius e chamou um carro de aplicativo para retornar à Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio, onde mora.

Na versão de Erasmo Alípio, funcionário de Helcius, por volta das 17h de sábado (15), Cristiane “pegou um prancha e, com uma mochila nas costas, disse que iria embora; que Cristiane começou a remar em direção à cidade”, diz trecho do documento.

Orientado pelo administrador da ilha, Alípio diz que foi buscá-la de lancha para levá-la até o continente. Ao se aproximar de Cristiane, no entanto, o funcionário afirmou que ela começou a falar xingamentos e o ameaçou de morte.

Ainda no relato do funcionário à polícia, Cristiane teria dito: “Seu marinheiro safado, marinheiro de merda, pau mandado. Eu não vou entrar na lancha e, se continuar enchendo o saco, vou te matar”.

A fala teria sido presenciada pelo administrador; segundo Alípio, outros funcionários também teriam sido xingados.

Nesse momento, a psicóloga teria jogado o remo em cima de Alípio. E, após ficar à deriva, se acalmou com a chegada do administrador da ilha e entrou na lancha, sendo levada para o continente. Ainda segundo o funcionário, Cristiane já teria ido outras vezes na ilha.

Briga após após visita de amigas

Na versão de Cristiane à polícia, ela afirmou que tem amizade de 12 anos com Helcius e chegou na ilha na quinta (13), sendo destratada no mesmo dia em um supermercado. Ela também teria percebido que Helcius teria dispensado as funcionárias mulheres da ilha.

No sábado ela teria convidado algumas amigas para conhecer o local, e o grupo teria chegado de lancha, ainda segundo seu relato.

Segundo Cristiane, quando as amigas foram embora, Helcius teria dito que “não sabia que ela tinha amigas putas”. Depois, ele teria dito que ela era “uma puta virgem e, por isso, pobre”. Em seguida, teria ordenado que ela ficasse calada para comer.

Com a briga, Cristiane pediu para voltar ao Rio de Janeiro, o que teria sido negado por Helcius. Assim, ela decidiu pegar uma prancha com remos para chegar à praia mais perto.

Funcionários de Helcius então foram ao mar com uma lancha para tentar buscá-la. Ela subiu na lancha e, de acordo com seu depoimento, disse que o funcionário tinha ordens de retornar com ela para a ilha.

Ela, então, decidiu pular no mar e, como a prancha ainda estava na água, continuou a remar. Após ficar à deriva, ela teria sido resgatada por um administrador da Ilha dos Porcos, que a levou até um clube, onde chamou um carro de aplicativo.

Em nota, a defesa de Helcius afirma ainda que ele “de igual forma, promoverá as medidas legais cabíveis contra Cristiane em razão das ofensas e falsas acusações lançadas contra ele”.

BRUNA FANTTI / Folhapress

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