ÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O inverno no Brasil começa oficialmente nesta quinta-feira (20), às 17h50, de acordo com o Observatório Nacional. O início da estação pode acontecer nos dias 20 ou 21 de junho.
Segundo o órgão, a variação ocorre principalmente em razão da precessão dos equinócios, que é o movimento cíclico realizado pela Terra ao redor do plano de sua eclíptica. Além disso, há uma diferença entre o ano civil e o ano trópico (ou solar): enquanto o ano civil tem 365 dias, o ano trópico tem 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Essa diferença é ajustada pelo ano bissexto, corrigindo a defasagem de cerca de 6 horas que ocorre a cada ano.
O início da estação é marcado pelo solstício de inverno no Hemisfério Sul e o solstício de verão no Hemisfério Norte. Este evento marca a transição das estações e traz mudanças significativas na duração dos dias e das noites, de acordo com o Observatório Nacional.
“As estações do ano acontecem devido à inclinação do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita e também devido à sua translação em torno do Sol. O início das estações do ano está associado aos solstícios (inverno e verão) e aos equinócios (outono e primavera)”, explica Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional.
A palavra solstício tem origem no latim e significa “sol parado”. Os astrônomos antigos notaram que, ao observar a trajetória do Sol no céu, sua posição ao meio-dia variava até atingir um ponto máximo e parecer “parar”. Esse fenômeno ocorre duas vezes ao ano: no solstício de verão e no solstício de inverno.
DURAÇÃO DOS DIAS E NOITES
O inverno influencia na duração dos dias e das noites. Durante os equinócios, o dia e a noite têm duração praticamente igual. Após o equinócio de outono, os dias vão se tornando progressivamente mais curtos até o solstício de inverno, quando ocorre a noite mais longa do ano.
Após esse ponto, os dias começam a se tornar mais longos novamente até atingir um equilíbrio próximo ao equinócio de primavera, continuando a aumentar até a menor noite do ano no solstício de verão.
“Esse fenômeno é mais acentuado quanto mais afastado do equador terrestre o observador se encontra. Quem está perto do equador terrestre, não percebe diferença no comprimento dos dias. Quanto maior a latitude, mais se percebe essa diferença, chegando ao máximo nos polos, onde o sol não nasce no inverno e não se põe no verão”, explica Nascimento.
ESTAÇÃO É MARCADA POR CHUVA MAIS ESCASSA
O inverno, que vai até as 9h44 do dia 22 de setembro, é marcado pela redução das chuvas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e parte das regiões Norte e Nordeste do Brasil, enquanto os maiores volumes de precipitação ficam concentrados sobre o noroeste da Região Norte, leste da Região Nordeste e parte da Região Sul do país, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
A redução das chuvas em grande parte do país nesta época do ano ocorre devido à persistência de massas de ar seco, que causam a diminuição da umidade relativa do ar, o que consequentemente, favorece o aumento da incidência de queimadas e incêndios florestais, bem como aumento de doenças respiratórias, de acordo com o instituto.
Além de uma menor incidência de radiação solar, a estação é caracterizada também pelas entradas de massas de ar frio, provenientes do sul do continente, que provocam queda na temperatura do ar, resultando em temperaturas médias abaixo de 22°C sobre a parte leste das regiões Sul e Sudeste. Essa diminuição de temperatura pode ocasionar: formação de geadas nas regiões Sul, Sudeste e em Mato Grosso do Sul; queda de neve nas áreas serranas e planaltos da região Sul e episódios de friagem em Mato Grosso, Rondônia, Acre e no sul do Amazonas.
Durante a estação, em função das inversões térmicas no período da manhã, são comuns as formações de nevoeiros e/ou névoa úmida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com redução de visibilidade, especialmente em estradas e aeroportos.
Redação / Folhapress