SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pelo menos 53 pessoas morreram na Índia após consumir um lote de bebida alcoólica adulterada, segundo um balanço divulgado neste domingo (23). O número subiu após várias vítimas hospitalizadas na semana passada não resistirem.
Quase 200 pessoas foram internadas desde a última quarta-feira (19) por vômitos, dores de estômago e diarreia após tomarem bebidas adulteradas na noite da véspera no distrito de Kallakurichi, a cerca de 250 quilômetros de Chennai, a capital do estado no sul da Índia.
Há, no entanto, divergências em relação ao total de óbitos. A cifra de 53 mortos foi confirmada no último sábado (22) à agência de notícias Press Trust of India por M.S. Prasanth, funcionário do governo de Kallakurichi.
“Até agora, 53 pessoas morreram e sete pessoas foram presas em conexão com a tragédia do álcool adulterado”, disse ele a jornalistas após visitar os afetados no hospital, segundo a agência. Ainda de acordo com a declaração de Prasanth, cerca de 140 pessoas das 193 que foram hospitalizadas após consumirem a bebida estão estáveis.
Outros meios de comunicação divulgaram o balanço de até 56 vítimas fatais. O número, no entanto, não foi confirmado por fontes oficiais, segundo a agência de notícias AFP.
A bebida em questão era o arrack, um destilado à base de flores de coco e cana-de-açúcar típico do Sudeste Asiático e diferente do áraque, bebida árabe de uva e anis. O lote foi adulterado com metanol, afirmou o ministro-chefe do estado de Tamil Nadu, M.K. Stalin, na última quinta-feira (20). Em poucas horas, 37 pessoas morreram, disse ele.
Todos os anos, centenas de pessoas morrem por consumir bebidas alcoólicas adulteradas na Índia, onde uma boa parcela da população não consegue pagar por produtos de marcas conhecidas. Segundo a AFP, uma fonte do governo local, que se identificou apenas como Palraj, disse que é comum que trabalhadores do distrito de Kallakurichi comprem álcool em sacos plásticos por 60 rúpias (R$ 3,80).
Uma das mais graves tragédias do tipo ocorreu em 1981, quando mais de 300 pessoas morreram na cidade de Bangalore, no sul da Índia devido à ingestão de uma bebida, que, acreditava-se na época, também continha metanol. Na ocasião, a polícia fez 60 prisões, de acordo com o arquivo do jornal americano New York Times.
Desde então, mais de 15 casos como esse foram registrados. Em julho de 2022, mais de 40 pessoas morreram nos distritos de Botad e Ahmedabad, no estado de Gujarate. A maioria das vítimas era formada por trabalhadores agrícolas.
O último incidente é um dos mais graves já registrados. O metanol, possivelmente usado nesse caso, é normalmente usado para fins industriais e, se ingerido, pode causar cegueira, danos ao fígado e morte. O governo estadual disse estar tomando medidas para identificar os envolvidos na produção da substância.
Redação / Folhapress