SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu em alta nesta terça-feira (25), com investidores repercutindo a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que reforçou o consenso dos diretores sobre uma atuação mais cautelosa na política de juros.
Para o comitê, o cenário de inflação se tornou mais desafiador, com aumento das projeções de médio prazo, mesmo condicionadas a uma taxa de juros mais elevada.
“Concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária mais contracionista e mais cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária”, disse.
Minutos depois, o pregão foi aberto e o dólar começou o dia em alta de 0,5%, cotado a R$ 5,4173, às 9h05.
Na segunda (24), um dia de agenda esvaziada, o dólar caiu 0,90% e fechou cotado a R$ 5,391, enquanto a Bolsa subiu 1,06%, aos 122.636 pontos.
“O comportamento do câmbio hoje provavelmente esteve muito mais relacionado a um ajuste técnico. Vimos uma queda de mais de 1% depois das altas da semana passada, principalmente porque essa pressão recente no câmbio esteve bastante relacionada com questões internas. Hoje, não houve nenhum indicador relevante para comportamento do câmbio”, diz Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank.
Até o início desta semana, o dólar havia acumulado elevação próxima de 12% em 2024, com altas nas últimas cinco semanas, o que abria espaço para ajustes.
Além do movimento de realização, a baixa do dólar também foi justificada pelo exterior, onde o dia foi de valorização quase generalizada das divisas de exportadores de commodities ou emergentes. O dólar teve baixas firmes ante o peso colombiano e o peso mexicano.
Para Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital, a Bolsa brasileira também foi favorecida pelo modo de espera do mercado, em especial após a decisão unânime do Copom divulgada na semana passada.
“A decisão [do Copom] mais cautelosa fez com que os investidores tivessem uma luz no fim do túnel, em que a política fiscal tem que ser resolvida. Todo esse cenário de cautela faz com que os investidores fiquem um pouco mais confiantes e esperem um pouco mais para a tomada de decisão. E a queda recente da Bolsa pode ser, na visão de muitos, uma oportunidade de entrada”, afirma Mendonça.
Nesta semana, após sessões marcadas por decisões de política monetária no Brasil e em mercados desenvolvidos, os investidores voltam suas atenções para a divulgação de novos dados de inflação, em busca de sinais sobre o processo de controle dos preços a nível global.
Redação / Folhapress