Lula comenta ação de militares na Bolívia e diz que ‘golpe nunca deu certo’

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) afirmou no fim da tarde desta quarta-feira (26) que ainda está se informando sobre a tentativa de golpe na Bolívia, mas afirmou que “golpe nunca deu certo” e que espera que a “democracia prevaleça”.

“Eu sigo informado. Agora eu pedi para o meu ministro [das Relações Exteriores, Mauro Vieira] entrar em contato para ele ter certeza [do que houve], porque a gente não pode ficar anunciando coisa que depois não acontece”, afirmou Lula.

“Eu quero informações. Eu pedi para o ministro Mauro ligar para a Bolívia, ligar para o presidente [boliviano], ligar para o embaixador brasileiro para a gente ter certeza, para ter uma posição. Como eu sou um amante da democracia, eu quero que a democracia prevaleça na América Latina. Golpe nunca deu certo”, completou.

Segundo interlocutores, Mauro Vieira já teria falado por telefone com o chanceler boliviano.

Militares das Forças Armadas da Bolívia tomaram nesta quarta-feira (26) a praça em La Paz onde fica o palácio presidencial, e soldados liderados por um general destituído do comando do Exército na terça (25) adentraram o prédio.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou por meio das redes sociais o que chamou de “mobilização irregular” de unidades do Exército, enquanto o ex-presidente Evo Morales disse que há um golpe de Estado em curso.

Vídeos que circulam na internet mostram um blindado do Exército se chocando contra a entrada do palácio presidencial e soldados entrando no prédio. Antes disso, tropas foram vistas marchando pelas ruas da capital. Arce disse que “a democracia deve ser respeitada”, mas não fez nenhum outro pronunciamento até aqui.

Segundo a agência de notícias Reuters, o general Juan José Zúñiga, que foi destituído do cargo de comandante do Exército na terça, disse que “por enquanto” reconhece Arce como chefe das Forças Armadas, mas que haverá uma troca ministerial no governo.

“Os três chefes das Forças Armadas viemos expressar nossa discordância. Vai haver um novo gabinete de ministros, com certeza as coisas vão mudar, mas nosso país não pode continuar desse jeito”, disse Zúñiga à mídia local.

RENATO MACHADO E RICARDO DELLA COLETTA / Folhapress

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